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Economia

- Publicada em 04 de Maio de 2021 às 21:41

Salão do Paul fecha as portas e tem mobiliário posto à venda em Porto Alegre

Durante muitos anos, Azevedo cultivou clientes e fez muitos amigos no meio artístico de Porto Alegre

Durante muitos anos, Azevedo cultivou clientes e fez muitos amigos no meio artístico de Porto Alegre


Salão do Paul - Divulgação/JC
Adriana Lampert
Frequentado por diversos integrantes do meio artístico de Porto Alegre, o Salão do Paul é mais uma empresa que está fechando as portas por conta da queda do movimento em meio à pandemia de Covid-19. O proprietário, Paulo Azevedo (51 anos), está inclusive vendendo o mobiliário, que conta com peças em estilo retrô, e com algumas já negociadas através das redes sociais do salão no Facebook e no Instagram.
Frequentado por diversos integrantes do meio artístico de Porto Alegre, o Salão do Paul é mais uma empresa que está fechando as portas por conta da queda do movimento em meio à pandemia de Covid-19. O proprietário, Paulo Azevedo (51 anos), está inclusive vendendo o mobiliário, que conta com peças em estilo retrô, e com algumas já negociadas através das redes sociais do salão no Facebook e no Instagram.
"Eu estava resistindo, esperando as coisas melhorarem, mas começou a virar uma bola de neve: eu não estava mais conseguindo pagar o aluguel", comenta Azevedo - ou Paul, como é chamado pelos clientes e amigos. Ele comenta que antes da pandemia o salão recebia uma média de oito a 15 pessoas por dia. Com a crise econômica e as medidas de isolamento necessárias para conter o avanço do novo coronavírus, a demanda diária caiu para cerca de três a quatro clientes. "O público que atendo é em sua maioria de artistas plásticos, músicos e pessoal do teatro, que estão com as atividades paradas e, por consequência, sem dinheiro", lamenta o cabeleireiro.
Azevedo seguirá trabalhando, inclusive atendendo a domicílio e em sua própria residência. "Optei por esta alternativa porque é mais fácil de estacionar e mais arejado - e menos tumultuado de gente na rua, pois fica próximo da Usina do Gasômetro, ao contrário do salão, que fica bem no miolo do Centro, na Marechal Floriano."
Enquanto negocia penteadeiras, luminárias, e uma cadeira de cortar cabelo, o proprietário do Salão do Paul irá permanecer atendendo também no endereço onde fez história. Mas a partir do dia 25 de maio, ele se muda oficialmente para o local onde iniciou a carreira, há mais de 33 anos: o salão dos tios, Ormandim Santos Azevedo e José Ênio Azevedo. Situado na avenida Independência, 1182, o espaço foi cenário das primeiras empreitadas de Azevedo na profissão. "Eu iniciei lá aos 13 anos, como auxiliar, durante minhas férias da escola. Depois, aos 15 anos, quando comecei a estudar à noite, eu comecei a trabalhar fixo no mesmo cargo", conta Paul.
"Eu vou levar a minha cadeira e uma luminária, mas lá está tudo montado", comenta o cabeleireiro, admitindo que vai sentir saudades do ambiente que construiu ao longo dos anos no atual endereço, com decoração semelhante ao happening (forma de arte que combina artes visuais e teatro). "Antes de eu construir meu espaço, há 15 anos, este endereço tinha um salão tradicional, com manicure e tudo", recorda, contando que a empresa era de um outro tio (Juliano dos Santos Azevedo), que acabou passando o ponto para ele. 
Ao longo dos anos, Paul reuniu uma série de obras de arte no espaço, a maioria doadas por amigos: pinturas, fotografias, desenhos e objetos antigos. A ambientação já serviu inclusive como locação para clipes e ensaios fotográficos e é um dos diferenciais do Salão. "Costumo dizer que eu esculpo o cabelo, tenho um jeito de artesanal de cortar", completa Azevedo, ao citar outra característica peculiar que segue atraindo clientes das artes. 
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