Obra de ficção inspirada na peça homônima de Luís Alberto de Abreu, Lima Barreto, ao Terceiro Dia traz o escritor brasileiro em duas versões: aos 42 anos, interpretado por Luis Miranda, e mais jovem, aos 30, na pele do ator Sidney Santiago Kuanza. Dirigido por Luiz Antonio Pilar, o longa aborda os três dias da última internação hospitalar do escritor Lima Barreto, no manicômio D. Pedro II, em 1919, no Rio de Janeiro, após uma forte crise de alucinação.
Em uma mistura entre o tempo presente e o passado, as duas versões de Lima conversam, se confrontam, se ajudam e se intrigam diante do caos interno e das inúmeras perguntas sem respostas que o escritor tinha diante da vida. Assuntos atuais, como questões políticas e socioeconômicas, racismo e o papel da literatura no mundo são alguns pontos abordados durante o delírio. Durante toda a narrativa, é possível perceber três momentos distintos: o real, onde Lima conversa com um doente mental que divide com ele o quarto no hospital; o passado, o qual ele relembra diversas vezes o período em que escrevia o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma; e a ‘ficção’, onde os personagens deste mesmo romance ganham vida e são mostrados em cena de forma fantasiosa e caricata.