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Cultura

- Publicada em 27 de Setembro de 2020 às 19:30

Filmada em Porto Alegre, série gaúcha estreia nesta terça-feira no Canal Brasil

Jovem com câncer Nina (interpretada por Maria Galant) recebe cápsulas de Bênção

Jovem com câncer Nina (interpretada por Maria Galant) recebe cápsulas de Bênção


EDU RABIN/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Requia
E se você perdesse o medo da morte? Esta é a premissa da série A Bênção, produção gaúcha que estreia nesta terça-feira (29), no Canal Brasil, às 21h, e no Globoplay. Dirigida por Davi de Oliveira Pinheiro e Emiliano Cunha e criada por Frederico Ruas e Leo Garcia, a produção acompanha dois cientistas que estudam um remédio capaz de bloquear o medo da morte.
E se você perdesse o medo da morte? Esta é a premissa da série A Bênção, produção gaúcha que estreia nesta terça-feira (29), no Canal Brasil, às 21h, e no Globoplay. Dirigida por Davi de Oliveira Pinheiro e Emiliano Cunha e criada por Frederico Ruas e Leo Garcia, a produção acompanha dois cientistas que estudam um remédio capaz de bloquear o medo da morte.
Porém, muito mais do que uma trama de ficção científica, o seriado discute a vida dos pacientes que começam o tratamento com a droga. Atormentados por traumas antigos ou problemas de saúde, os personagens precisam lidar com o peso de suas ações mesmo sem saber do efeito que a medicação lhes causa.
Arthur (Aldri Anunciação) e Lerner (Werner Schünemann) são os cientistas que criaram o medicamento experimental. Os dois precisam lidar com suas diferenças e dilemas morais ao mesmo tempo em que enfrentam traumas do passado e conflitos. Martha (Priscilla Colombi) é casada com Arthur e filha de Lerner, com quem tem uma relação conflituosa por conta de um passado perturbado e doloroso. Passado esse que também motiva o neurocirurgião interpretado por Schünemann a desenvolver a medicação que bloqueie o medo da morte.
Uma jovem em tratamento com câncer com apenas alguns meses de vida, um policial que foi baleado no rosto e tenta retomar sua carreira e uma mulher que cuida da mãe doente. As vidas de Nina (Maria Galant), Júlio (João Campos) e Eleonora (Áurea Baptista) passam a mudar completamente após Martha lhes ministrar a medicação, ainda em fase de testes.
"Nossa ideia foi focar na criação desse medicamento para dar ao público a possibilidade de ir descobrindo junto os efeitos e as consequências", aponta Leo Garcia, criador e showrunner da produção. "Não estamos tratando aqui de uma série médica ou hospitalar, é um drama denso, que versa sobre a nossa existência. Partimos de uma premissa fantástica para abordar da maneira mais realista possível conflitos humanos - e isso inclui obviamente nossas perdas."
Filmada em Porto Alegre, a série tem produção da Coelho Voador, produtora de Leo Garcia; Ausgang e Anti Filmes, do cocriador Frederico Ruas. Segundo Garcia, a ideia começou a ser desenvolvida em 2012, sem nenhum financiamento. O roteiro foi finalista do concurso NETLABTV, ficando entre as 15 melhores ideias das 1.500 inscritas.
Isso motivou a dupla de criadores a reescrever o texto e seguir tentando viabilizar financeiramente a produção. "Fizemos uma parceria com mais uma produtora gaúcha, a Ausgang, que entrou com os diretores da série: Davi de Oliveira Pinheiro e Emiliano Cunha. Em 2017, inscrevemos o projeto num edital do Canal Brasil, vinculado ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e, afortunadamente, fomos uma das duas séries contempladas entre mais de 200 inscritas", completa Garcia.
A série trata de uma das questões mais vitais e ao mesmo tempo polêmicas para o ser humano. Mas não somente em casos de pacientes terminais, o medo da morte - e o que o bloqueio desse medo gera - influencia a saúde e o bem-estar dos personagens.
Filmada entre 2019 e 2020, com finalização já durante o período de pandemia, a produção discute a vida em um ano em que a humanidade discute a aproximação com a morte: "Não deixa de ser emblemático lançarmos a série num ano em que a morte está sendo banalizada como nunca. Depois de tantos meses de pandemia, as pessoas só parecem se importar quando perdem alguém próximo, o resto são somente números sem sentido. Isso é muito triste. Mas percebo que as pessoas estão querendo se enganar, criar um bloqueio - até como uma tentativa de tentarem seguir suas vidas 'normalmente'".
O roteirista ainda reflete acerca do tema abordado: "Desde o início sabíamos que falar sobre a morte não seria algo fácil, mas justamente este 'tabu' nos interessou. Se é a única certeza que temos da vida, por que essa dificuldade em falar ou pensar sobre essa finitude? Este debate constante permeou todas as etapas de produção da série".
A equipe está empolgada com a estreia de A Bênção no Canal Brasil e no Globoplay. "Estamos realmente muito animados. Mesmo num ano tão difícil e complicado para o mundo, poder oferecer um conteúdo de entretenimento que ao mesmo tempo traz questões filosóficas é muito interessante. Estamos dialogando diretamente com o zeitgeist atual - para o bem e para o mal", opina Garcia.
A partir desta terça-feira (29), às 21h, os episódios da produção também estarão disponíveis para streaming no Canal Brasil Play e no Globoplay.
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