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Visão de Mercado

- Publicada em 06 de Julho de 2022 às 22:44

Alta pressão

João Satt
A vida não anda fácil. E se alguém disser o contrário, desconfie. Vem comigo, na nossa frente temos três grupos de corredores:
A vida não anda fácil. E se alguém disser o contrário, desconfie. Vem comigo, na nossa frente temos três grupos de corredores:
1. Sobreviventes: Procuram manter seus negócios vivos, enquanto buscam alternativas de diversificação;
2. Intensos: Apesar de terem recentemente recebido aplausos pelo gigantesco sucesso empresarial, aflitos, procuram convencer todos de que o negócio tem futuro, apesar das ações da empresa (nesse momento) estarem derretendo na bolsa;
3. Inquietos: Sonham, de olhos abertos, com o tão esperado IPO. Garimpam formas de construir o salto que fará exponencializar o faturamento e os resultados da companhia.
O ponto comum nos três grupos é que todos estão sob alta pressão. No mundo corporativo, como nas partidas de Wimbledon, o equilíbrio emocional é mais decisivo do que a qualidade técnica ou o preparo físico do jogador.
O cenário social e econômico do Brasil pós-eleições preocupa, e aumenta ainda mais a pressão e a insegurança. Um país dividido não passa esperança.
Inadimplência, endividamento alto das classes média e média baixa, alastramento da fome e violência na base da pirâmide social, acrescente juros altos e inflação crescente; é nitroglicerina para qualquer business plan.
No livro "Pensando o impensável", Gil Giardelli traz provocações oportunas, como: "é preciso reavaliar o contexto para definir o que já não faz mais sentido e saber abandonar estratégias que se tornaram obsoletas".
A coerência organizacional face o novo cenário exige soluções suportadas por novas skills; vem junto o desconforto, tanto para desembarcar antigos profissionais como para aguentar a instabilidade dos jovens talentos. Ambientes complexos nunca são desejados, mas existem, e nos encontram ao longo da travessia. Se antes eram 2 a cada 5 anos, agora, são 20 ou mais, simultaneamente.
A velocidade dos acontecimentos leva ao surgimento desse panorama caótico. Considere a agenda do CEO de uma grande rede de varejo: o seu "job to be done" contempla alternativas para investir, visando entregar mais conveniência e experiências marcantes aos clientes. Você sabe que relevância exige investimentos em todas as direções: infraestrutura logística, qualificação de pessoas, novas lojas, serviços digitais, produtos exclusivos, além dos desafios estratégicos de branding e comunicação.
Já ao CEO da indústria cabe decidir sobre o futuro da distribuição: 1. Implantar política de alianças estratégicas com o varejo; ou 2. ou acelerar a desintermediação?
No horizonte de curto prazo, varejo e indústria terão que enfrentar a escassez de clientes. O varejo farma é o maior exemplo da abundância que mata margens. A cada nova farmácia que abre, o faturamento por loja diminui. A previsão é de oceano vermelho.
A gestão da transformação que leva de A a B produz tensão, fato que abala a confiança e contagia negativamente o espírito do time. Manter clientes é, ainda, muito mais barato e simples de lidar do que buscar a base de ofertas novas. Quando a pressão estiver muito alta, desacelere, escute mais: reconsidere. Fará bem para a sua organização e, principalmente, para você.
 
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