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Visão de Mercado

- Publicada em 22 de Junho de 2022 às 21:22

Sedução, desejo e prazer

João Satt
No atual cenário brasileiro, com taxa de juros ascendente, inflação crescente, salários defasados, não é de estranhar que as vendas no varejo comecem a travar.
No atual cenário brasileiro, com taxa de juros ascendente, inflação crescente, salários defasados, não é de estranhar que as vendas no varejo comecem a travar.
Sell out apático, desanima apostar em sell in. A comparação com 2021 é inevitável, ano que para determinados setores foi disparado o melhor da história; realizar algo parecido com 2019 já agradará boa parte dos acionistas.
Agora, me diz: como entusiasmar clientes, a não ser pela velha fórmula da promoção de vendas que já não entrega mais os efeitos esperados? Nesse ponto vale a leitura do livro A Arte da Sedução, de Robert Greene — escritor norte-americano, conhecido pelos livros de estratégia e poder. Fazer um novo olhar a partir das "lentes do prazer" traz um potência e vigor para tudo que você vier a realizar.
O primeiro passo é olhar empaticamente para quem até então você vinha chamando de "cliente". Greene humaniza o racional estratégico, ao colocar sedução, desejo e prazer como ingredientes centrais da nova receita para conquistar e atrair pessoas. Traz exemplos reais da história, nos quais as mulheres, para enfrentar a brutalidade e poder dos homens, precisavam de algo para conseguir se manter sustentáveis. Me tocou muito o quanto a vulnerabilidade pode ser utilizada em momentos críticos a favor do mais fraco.
Neste momento em que todos estão sendo maltratados pela economia, cabe às empresas olharem mais para a arte da sedução como vetor de diferenciação. O novo poder está em reconhecer e alimentar o desejo, por isso, a sedução deve ser fortalecida no imaginário de quem você quer atrair.
São três momentos para temperar: pré-compra; compra e pós-compra. Produzir uma experiência sedutora, que estimula o desejo, é mais trabalhoso do que disparar uma campanha de ofertas. Pasme, é justamente pela emoção que você venderá mais: em menos tempo, com margens melhores. Quando fisgados por esses prazeres refinados, sensuais, nos apaixonamos. Você deve estar pensando que paixão não combina com consumo; eu digo, tem tudo a ver. Ou você acha que alguém coloca boa parte da sua poupança na compra de algo só porque é um bom negócio? Óbvio que não.
Somos movidos por prazer, a ausência nos deixa tristes, desanimados. O verdadeiro poder é psicológico; não é imposto à força, mas indireto e sagaz. Seduzir é o desafio de qualquer organização, independente, do tamanho e setor. A essência da persona de marca carismática carrega muita emoção, tensão e, por que não dizer, tesão. Tratar temas íntimos, que seduzem e amedrontam, mas que também libertam e encorajam, fazem das marcas grandes colaboradoras na vida das pessoas.
A comunicação deve insinuar, cabendo às técnicas de vendas não agressivas predominarem no storytelling. Agir de forma sutil, subliminar, é básico para a sedução. No fundo queremos, sim, viver uma paixão. Isso é muito mais denso do que simplesmente promover uma lista de produtos e preços. "Despertar amor e encantamento é o modelo para todas as seduções - sexuais, sociais, políticas. A pessoa apaixonada se rende." O caminho para vencer a crise, preferencialmente, passa pela sedução. Antes de resistir, experimente.
 
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