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teatro

- Publicada em 29 de Dezembro de 2022 às 00:40

Uma certa normalidade

Antonio Hohlfeldt
Como responsável por esta coluna, há tantos anos, tenho uma rotina de trabalho. A cada temporada abro uma pasta onde vou colocando recortes de jornal e programas dos espetáculos que estreiam na cidade, assim como quaisquer outros materiais relativos a tais espetáculos. Ao mesmo tempo, abro umas páginas em branco e vou registrando, mês a mês, tudo o que ocorre em nossas salas de espetáculos, de modo que, ao final do ano, tenho um roteiro seguro para escrever as linhas que se seguem. Não digo que inexista alguma falha, mas procuro, sempre e o mais possível, deixar anotado tudo o que acontece, mesmo em relação a espetáculos que, por um ou outro motivo, não chegue a assistir. Isso inclui as reprises. Nestes registros, deixo logo marcado, também, se trata-se de teatro adulto, infantil, óperas, espetáculos de dança, se são trabalhos locais ou que nos visitam, etc. Eis como, em última análise, posso escrever, anualmente, as colunas em que busco trazer ao leitor não só um resumo dos acontecimentos da temporada, mas também uma certa avaliação do que ocorreu.
Como responsável por esta coluna, há tantos anos, tenho uma rotina de trabalho. A cada temporada abro uma pasta onde vou colocando recortes de jornal e programas dos espetáculos que estreiam na cidade, assim como quaisquer outros materiais relativos a tais espetáculos. Ao mesmo tempo, abro umas páginas em branco e vou registrando, mês a mês, tudo o que ocorre em nossas salas de espetáculos, de modo que, ao final do ano, tenho um roteiro seguro para escrever as linhas que se seguem. Não digo que inexista alguma falha, mas procuro, sempre e o mais possível, deixar anotado tudo o que acontece, mesmo em relação a espetáculos que, por um ou outro motivo, não chegue a assistir. Isso inclui as reprises. Nestes registros, deixo logo marcado, também, se trata-se de teatro adulto, infantil, óperas, espetáculos de dança, se são trabalhos locais ou que nos visitam, etc. Eis como, em última análise, posso escrever, anualmente, as colunas em que busco trazer ao leitor não só um resumo dos acontecimentos da temporada, mas também uma certa avaliação do que ocorreu.
Para escrever sobre 2022 deve-se começar, obrigatoriamente, festejando o fato de que, graças às vacinas, as salas de espetáculos foram voltando gradualmente a seu funcionamento normal. Isso não significa que a Covid tenha sido vencida, e bem acompanhamos, neste momento, o recrudescimento da endemia. Mas, ao menos, ela tem certo controle e, sobretudo para quem fez as devidas vacinas, se tornou consideravelmente menos perigosa.
No caso dos espetáculos de artes cênicas, podemos abandonar gradativamente as máscaras, voltar a ter ocupação plena das salas e, apesar das dificuldades enfrentadas, não apenas pela ausência, quanto pelos preconceitos da administração de Jair Bolsonaro, que prejudicou profundamente o setor, encontramos algumas compensações, como a política de apoio e fomento desenvolvida, por exemplo, por alguns estados e municípios, dentre os quais destaco, por justiça, Beatriz Araújo, do Rio Grande do Sul, e o governador Eduardo Leite.
A temporada de 2022 começou com o retorno pleno, ainda que diminuído em quantidade de espetáculos, do festival Porto Verão Alegre. E de imediato a estreia de um espetáculo que marcaria o ano, O inverno de nosso descontentamento, dirigido por Luciano Alabarse, com a interpretação central de Marcelo Adams e participação de Margarida Peixoto. O trabalho, baseado no texto de Ricardo III, de William Shakespeare, foi relido pelo diretor, atualizando-o e aproximando-o do descalabro de nossa política cultural atual.
Ganhou destaque a engenhosidade criativa do cenário do espetáculo, idealizado pelo próprio diretor, com o guarda-roupa de espetáculos apresentados pela Pucrs ao longo de anos, quando desenvolvia suas temporadas operísticas com o apoio da Cia. Zaffari. Outros espetáculos que marcaram o festival, ainda como estreias, foram a comédia Curiosa mente e a peça Leonel, em homenagem a Leonel Brizola, figura hoje já lendária para as novas gerações. O festival apresentou, ainda, montagens como Extremidades, trabalho coreográfico de excelente qualidade, e Sobrevida, evidenciando que, se a pandemia dificultara a produção artística local, não sufocara a criatividade.
O mês de fevereiro tradicionalmente é um momento em branco de nossas temporadas, e este fevereiro não foi diverso. Mas março chegou e, com ele, de fato, iniciou-se a temporada das artes cênicas, com o trabalho de Deborah Colker Cura e um espetáculo do Tablado Andaluz, que sempre atrai bom público, quanto às montagens coreográficas; Tivemos uma visita surpreendente de um grupo de Santa Maria que nos trouxe um emocionante Pode ser que seja só o leiteiro lá fora, releitura de significativo texto de Caio Fernando Abreu, enquanto Trago sorte, mentira e morte dinamizava a temporada, enriquecida ainda com a montagem de De profundis, assinada por Dilmar Messias, a partir de texto autobiográfico de Oscar Wilde.
O mês de março ainda teve uma primeira intervenção da Cadica Cia. de Dança, e uma peça infantil que nos chegou da França, Et si l´océan. O primeiro trimestre ganhava ritmo e prometia uma boa temporada, o que não foi desmerecido pelos meses seguintes. 
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