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Opinião Econômica

- Publicada em 22 de Setembro de 2022 às 20:58

Presidenciáveis ajudam investidor a apontar a mira

Marcos de Vasconcellos
Marcos de Vasconcellos
Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado
Do início do governo de Jair Bolsonaro até agora, o Ibovespa, principal termômetro da nossa Bolsa de Valores, subiu cerca de 21%. A variação é superior à registrada nos dois mandatos de Dilma Rousseff, mas fica bastante aquém dos períodos em que Lula e Temer ocuparam o Palácio do Planalto.
Já o preço do dólar comercial em relação ao real subiu 34% no governo Bolsonaro. A única governante recente a ver uma escalada maior que essa no preço do dólar foi Dilma Rousseff, em seu primeiro mandato, quando a moeda americana subiu 61% em relação ao real.
O recorte é muito mais útil para entender o período vivido pelo país e pela economia global do que a influência do chefe do Executivo nos ventos que sopram o nosso dinheiro. Mas esse poder não deve, nem pode, ser descartado. E nada melhor que o período eleitoral para essa discussão.
Passei os últimos dias conversando com as equipes de campanha e digerindo planos de governo dos cinco presidenciáveis que estão à frente nas pesquisas eleitorais -Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Messias Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (PMDB) e Felipe d'Avila (Novo).
Em relação a temas caros ao mercado financeiro, como teto de gastos, taxação de dividendos, privatização da Petrobras e autonomia do BC, não há um ponto em que todos concordem - o resultado do levantamento foi publicado em monitordomercado.com.br/noticias/35158-privatizacoes-impostos-e-gastos-o-raio-x-dos.
Além desses itens mais, digamos, pontuais, há uma questão de extrema relevância que acaba fora dos debates, por ser mais difícil de discutir: quais são as estratégias para atrair dinheiro para o país?
O mercado global é movimentado por um dinheiro sem nacionalidade. Ele vai ao sabor do vento (na verdade, das ofertas com melhores retornos e relação ao risco tomado) para cada país. Tornar o Brasil atraente para esses investidores exige clareza e esforço.
Dizer que é preciso simplificar a tributação é obrigatório para qualquer programa de governo. É como dizer que o país precisa de saúde, educação e segurança no horário eleitoral. Difícil é alguém trazer detalhes que combinem com a realidade do momento.
Indo para o lado mais palpável, a necessidade de investimento em infraestrutura também está na cartilha básica dos candidatos.
Quem acrescenta molho ao debate é o professor da USP Fernando Facury Scaff, ao sugerir a criação de um piso de investimentos (sem implicar o fim do teto de gastos), incluindo investimentos em obras, capital humano e tecnologia.
E é justamente no caso do investimento em tecnologia que um termo citado nos programas eleitorais de Bolsonaro e Tebet chama a atenção, por fugir do óbvio: a "Indústria 4.0". Também chamada de Quarta Revolução Industrial, ela pressupõe a remodelagem do sistema de produção para uso de tecnologias como robótica, internet das coisas e computação em nuvem, que estão mudando toda a cadeia de suprimentos mundial.
Ainda que seja um termo escondido em dois programas de governo, a evolução é inevitável. E, independentemente de quem saia vitorioso do pleito presidencial, será obrigado a fortalecer esse tipo de empreendimento no país.
Enxergar as empresas que têm força para surfar uma onda de investimentos em novas tecnologias no Brasil poderá dar ao investidor dicas de boas oportunidades de ganhos a médio prazo.
Das diversas companhias do setor que fizeram IPO nos últimos anos, a grande maioria viu o preço das ações afundar até agora. Uma mudança do incentivo federal à área pode trazer finalmente um respiro ao setor (e a seus investidores).
 
Folhapress
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