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Minuto Varejo

- Publicada em 01 de Dezembro de 2022 às 12:52

Fecomércio-RS projeta alta de 1,3% no PIB do Brasil em 2023

Bohn (centro) aposta em crescimento na economia, mas cobra reformas, como a administrativa

Bohn (centro) aposta em crescimento na economia, mas cobra reformas, como a administrativa


RAMIRO SANCHEZ/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Depois de reforçar cenário de recuperação da economia em 2022, a Fecomércio-RS aposta em avanço de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023. A projeção foi apresentada nesta quinta-feira (1) na sede da entidade em Porto Alegre.
Depois de reforçar cenário de recuperação da economia em 2022, a Fecomércio-RS aposta em avanço de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023. A projeção foi apresentada nesta quinta-feira (1) na sede da entidade em Porto Alegre.
Para a economia gaúcha, o consultor econômico da federação, Marcelo Portugal, acredita que o crescimento deve ficar em 5,1% e 8%, "mas depende de como vai a agropecuária", condicionou Portugal. "Achamos que a o setor primário vai bem e deve crescer 30%", aposta Portugal. Este ano, o setor primário teve forte queda nos dois primeiros trimestres - 3,8% no primeiro período e 3,5% no segundo, devido à estiagem que abateu a safra de verão, com queda de mais de 40% na produção na largada do ano. 
No cenário setorial nacional, a Fecomércio-RS estimou alta de 2,5% nas vendas do comércio e de 3% nos serviços, que são os dois ramos de ação da federação. Para a inflação, a projeção da entidade é de IPCA de 5,1%, e para os juros básicos (Selic) de 13%, que reforça a redução lenta, sob efeito do cenário externo adverso.
A projeção de elevação acanhada do PIB nacional no ano que vem traduz indicadores que ainda virão mais salgados, como inflação e juros, além de câmbio ainda pressionado com cotação a RS$ 5,55, muito em função da conjuntura internacional influenciada por riscos de recessão e com baixo crescimento das grades potências, como Estados Unidos e China, além de Europa. 
"A projeção do PIB significa que o País infelizmente vai crescer tão pouco quanto em anos anteriores. A taxa média de crescimento em 20 anos são minguados 2%. Se quiser acelerar o crescimento, precisa começar a fazer reformas estruturais, como a tributária e administrativa, além de abrir a economia, além de avançar no acordo do Mercosul para vender mais produtos brasileiros", listou o economista. 
Mas Portugal se mostrou pessimista de antemão sobre a lista de medidas para o futuro. Ele citou que sinais emitidos pela equipe de transação do governo Lula.
"Pelas declarações dadas, parece que nenhuma dessas reformas vai andar de forma acelerada. A única esperança é da tributária", comentou o assessor econômico, que preveniu que a alterações na tábua tributária terão efeito de longo prazo. "Não vai funcionar no primeiro ano. O efeito sobre o crescimento."  
A direção e consultor econômico ressaltaram preocupação com o rumo do novo patamar de teto de gastos, pretendido pelo novo governo, de quase R$ 200 bilhões. "Mas não se sabe como vai ser o futuro governo, ainda não temos ministro da Fazenda indicado", citou Portugal. 
Sobre o PIB brasileiro em 2022, o economista espera alta de 2,8%. O dado recente, divulgado nesta quinta-feira (1) referente ao terceiro trimestre, ficou em 0,4% frente ao trimestre anterior, que teve alta de 1%, após 1,3% de janeiro a março. 
"O Brasil conseguiu recuperar o pico de PIB observado pela última vez em 2014”, pontuou Portugal. O ano de 2014 foi um divisor de águas, pois logo depois o País entrou em recessão.   

Temor sobre risco de alta da alíquota do ICMS

O presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, resumiu a expectativa para o próximo ano como "de desafios".
“Temos um cenário de melhora na economia, de atividade econômica crescente e inflação caindo. No entanto, teremos um ano de desafios, impostos tanto pelo cenário internacional, quanto pelas decisões de política econômica do novo governo federal,com sinalizações, confesso, nos causam alguma apreensão”, definiu o dirigente.
Ao longo do mandato de Jair Bolsonaro, Bohn teve posição favorável à condução das medidas.
Ao comentar o rol de reformas, o presidente da Fecomércio-RS citou a administrativa, que ele considera no mesmo grau de relevância que a tributária, mas que "não vem sendo falada", observou, admitindo ainda dúvida sobre o teto de gastos.
Bohn rejeitou de pronto qualquer elevação de alíquotas do ICMS na cena local. O segundo governo de Eduardo leite (PSDB) deve buscar recompor receitas, que forma suprimidas com redução de impostos sobre combustíveis e energia, imposta por Bolsonaro para conter a alta de preços. 
"Ele (Leite) foi um bom governador do Estado. É normal que reclame da arrecadação, mas não entendemos que devem ser feitas reformas. Há um termos de que se queira elevar a alíquota geral do ICMS de 17% para 18%", expressou o dirigente.
"Há condições de guardar dinheiro ou arrecadar mais com a atual alíquota", sugeriu Bohn, que ainda mandou recado de que espera não ver medidas em relação à pandemia que afetem os setores da economia, como os acionados ao longo da crise mais aguda e que foram criticadas pela entidade, entre elas o fechamento de atividades para conter a contaminação.   
Ao citar a possibilidade de "guardar dinheiro", o dirigente se referiu ao desempenho deste ano do caixa. Marcelo Portugal destacou que os dois caixas, tanto da União como do Estado, tiveram elevação este ano, o que garantiu inclusive o cumprimento do teto de gastos, na esfera federal.
"Querem remover o teto só porque ele está funcionando", criticou o economista, lembrando ainda que Jair Bolsonaro será o primeiro presidente desde a redemocratização que vai concluir o governo dentro da meta fiscal. 
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