"Parece que tenho 22 anos e estou abrindo a minha primeira empresa", resume Ketty Brocker Christ, empresária veterana de agência de turismo em Porto Alegre, sobre o novo negócio, que combina gastronomia e experiência. O endereço: a própria casa de Ketty e família em uma das regiões mais valorizadas de Porto Alegre, na vizinhança do Shopping Iguatemi.
Antes de detalhar a cena que já toma conta de parte da residência de dois pisos e 900 metros quadrados (área interna e externa), ela faz um convite: "Vem aqui comer e ser feliz."
Comer e comida são palavras chaves no novo cardápio que comporta múltiplas frentes e parceiros. Mas primeiro o nome que a empresária e o marido Rubem Fridolino, que virou o Cheff Fridô, definiram para a nova aventura: CAV. CAV de Comer, Amar e Viajar.
O paisagismo e demais itens da decoração e mobiliário foram guiados pela anfitriã. A decoração e o mobiliário foram guiados pela anfitriã, que investiu R$ 500 mil para formatar o espaço, o que inclui desde a cozinha, sala de jantar com 36 lugares - onde ocorriam os eventos precursores da casa -, áreas de estar e o jardim, onde estão mais dois a três espaços com propostas distintas de culinária.
Ketty e o marido, Cheff Friddô, transformaram a residência onde vivem na Capital no CAV. Fotos: Tania Meinerz/JC
"Abrimos toda a casa para virar uma alegria. Construí tudo com muita beleza e aconchego", garante ela.
Ketty explica que cada operação, baseada em jantares ou outros tipos de encontros com a comida como ponto de partida, leva sua equipe e já prevê o número de convidados.
"É tudo pago antes. É um lugar para fazer gastronomia e ganhar dinheiro", define a proprietária do CAV.
Gastronomia de experiência e sabores locais
Uma das primeiras operações é Acasa, nova aposta da Embaixada Gourmet, do empresário Lúcio Martins, que chamou para o projeto Ricardo Dornelles, chef vencedor do Bocuse d’Or Brasil 2019 e um dos expoentes na gastronomia brasileira.
"A Embaixada buscou um chef que acredita na nova geração e que tem comunicação direta com o centro do País”, explica o empresário.
Martins (esquerda) e o chef Dornelles levaram o Acasa para o ambiente com menu degustação de quarta a sábado
Segundo Martins, Acasa vai servir um menu degustação que "passeia pela história, a cultura e os rituais da cidade".
"Uma cozinha autoral que se baseia na memória local”, completa Dornelles, em nota sobre a chegada ao CAV.
O atendimento do Acasa será de quarta-feira a sábado, a partir das 19h30min. As reservas são sempre antecipadas. Mais informações pelo perfil no Instagram @acasapoa e em www.embaixadagourmet.com.br e restauranteacasa.com.br.
No jardim, fica um lounge. Já na área onde numa casa convencional seria a churrasqueira, foi arranjado um outro espaço que terá o fogo e assados como menu principal, pelo menos é a ideia, mas que também dependerá do ocupante a cada período.
Uma das primeiras titulares da "churrasqueira" é Clarice Chwarztmann, onde ela instalou o QG do Abrasa, como mostrou a coluna
Olha Só, de Ivan Mattos, que acompanhou a estreia da operação em 8 de setembro, no mesmo dia da largada do CAV.
Clarice já está com sua operação em um dos espaços da casa e que vai focar as variações de preparo do churrasco e cursos
Clarice vai promover cursos, almoços e jantares focados no manejo do fogo e seus assados. São 32 lugares na área onde fica o Abrasa.
Ketty assegura que já tem "fila de espera" para usar a estrutura em atividades que seguem a proposta do lugar.
Origens do CAV: as viagens e a culinária
Viajar, um dos componentes da denominação do novo espaço, está há décadas na rotina de Ketty, que por 27 anos operou uma agência com foco em turismo, intercâmbio e experiência. A culinária entrou há dez anos na casa, literalmente, quando o marido começou a fazer a formação em gastronomia.
"Foi uma mudança radical na família", descreve a mulher do Cheff Friddô, para combinar mais com o novo momento.
Encontros que Ketty começou a fazer com comida e todos na mesa de 36 lugares foram precursores do CAV. Foto: Tati Feldens/Divulgação
Em 2019, a expertise em turismo e a recém-chegada gastronomia se juntaram para sessões de encontros, com foco em negócios. "Fazíamos eventos com comida e palestras com grupos de 25 pessoas. Chegamos a conhecer 500 empresários. O nome CAV nasceu ai", recorda Ketty.
"Tem a ver com viajar a vida toda. Desde que meu marido se formou chef não paramos de comer e amar é a vibe da família", traduz ela.
Veio a pandemia em 2020, com impactos às viagens e ao fluxo da agência. Os encontros foram adequados ao novo momento, com maior reserva, devido aos cuidados e restrições a reuniões. "Isso começou a gerar recursos e fomos descobrindo um negócio ligado à gastronomia", conclui a empresária.
O CAV, que fica na rua Jari, 539, no bairro Passo D'Areia, com seus múltiplos ambientes, a cozinha central à mesa sempre posta, quer ser opção para os chefs montarem suas programações sob medida. Cada sessão tem suas peculiaridades, e os anfitriões esperam diversidade de públicos.
"Não queremos perder o ambiente da família. É uma casa que as pessoas vêm para "visitar" alguém.
Outra preocupação é com a vizinhança. Mesmo sendo um local que vai ter a movimentação gerada pelos encontros e programações, Ketty garante que tudo será feito sem incomodar moradores. A casa é rodeada de edifícios.