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Livros

- Publicada em 15 de Dezembro de 2022 às 18:17

Jorge Luis Borges, um homem, sua obra e sua lenda

Jorge Luis Borges - Um homem, sua obra e sua lenda (Tab Editora, 304 páginas) é 18º volume da consagrada Coleção Dicionários patrocinada pelo Grupo Zaffari. Pablo Neruda, Luiz Coronel, Clarice Lispector, Gabriel Garcia Márquez , Erico Verissimo e William Shakespeare foram alguns dos outros homenageados pela Coleção.
Jorge Luis Borges - Um homem, sua obra e sua lenda (Tab Editora, 304 páginas) é 18º volume da consagrada Coleção Dicionários patrocinada pelo Grupo Zaffari. Pablo Neruda, Luiz Coronel, Clarice Lispector, Gabriel Garcia Márquez , Erico Verissimo e William Shakespeare foram alguns dos outros homenageados pela Coleção.
Com coordenação geral da Mecenas Editora, concepção, projeto, edição e apresentação de Luiz Coronel, projeto gráfico e coordenação de imagem de Simone M. Pontes e coordenação editorial de Rossyr Berni e Pedro Manoel Osório, o volume inclui apresentações assinadas por Luiz Coronel, Gilberto Schwartsmann, José Fogaça, José Francisco Botelho e Maximiliano Ledur e fotografias da Fundação Internacional Jorge Luis Borges.
Borges é das figuras mais enigmáticas, emblemáticas e singulares da história da literatura argentina e mundial. Os julgamentos do tempo, dos leitores, da crítica e da academia são absolutamente favoráveis à genialidade de Borges e de sua grande obra.
Os textos do volume, de autoria de Sergius Gonzaga, Ricardo Barberena, Luiz Gonzaga Lopes, Luis Augusto Fischer, Juremir Machado da Silva, José Eduardo Degrazia, Rafael Bán Jacobsen e Antônio Hohlfeldt, entre outros consagrados intelectuais, tratam das relações de Borges com o cinema, com os livros, as bibliotecas, o pampa, os mitos, os sonhos, os labirintos, o ato de escrever e a literatura e muitos outros aspectos da criativa e multifacetada obra de um escritor que, apesar de manter suas raízes argentinas, definitivamente ganhou caráter universal.
Os verbetes mostram como Borges elaborava frases e pensamentos criativos sobre um amplo espectro de temas. "Escritores - Como todos os escritores comecei sendo um gênio. Agora me resignei a ser Borges". "Perdoar - Feliz é aquele que perdoa aos outros e aquele que perdoa a si mesmo". "Pior dos pecados - Eu cometi o pior dos pecados / Possíveis a um homem. Não ter sido / Feliz" estão na obra.
 

Lançamentos

  • Botas Batidas: suspeitei que falasse da vida toda, e, assim, me conto o que está próximo (Pubblicato, 164 páginas, R$ 50,00), de Vitor André Rolim de Mesquita, designer gráfico e editor, obra originada da morte do pai do autor, mescla ficção com afeto, memória, amor, dor e diálogos com o pai, se ele ainda estivesse aqui.
  • Oriente Médio, Afeganistão e Ásia Central - A Lógica da Guerra Sem Fim (Leitura XXI, 144 páginas, R$ 38,00), de Paulo Fagundes Visentini, historiador e Professor Titular de Relações Internacionais da Ufrgs, busca desvendar a lógica da Guerra sem fim travada há um século na região, envolvendo petróleo, árabes, israelenses, russos, norte-americanos, chineses e outros povos.
  • O Livro dos Cinco Anéis (Avis Rara, 96 páginas, R$ 29,90), de Miyamoto Musashi, samurai japonês (1584-1645), herói, espadachim e escritor, nesse clássico tratado de técnica samurai mostra, em cinco capítulos, lições atemporais e como obter sucesso em todas as áreas da vida.

Copa, jogo e vida

Em tempos de Copa do Mundo a gente, mais do que nunca, sempre filosofa que o futebol é uma grande metáfora sobre a vida, as pessoas, as relações e as sociedades humanas e que se engana, redondamente, quem pensa que se trata apenas de um estranho jogo onde vinte e dois homens correm freneticamente atrás de uma bola. Futebol é muito além de vitória,empate e derrota.
A paixão mundial pelo futebol fez com que hoje a FIFA hoje tenha 211 países filiados contra 193 da ONU- Organização das Nações Unidas. No Oriente e na África, em especial, nas últimas décadas houve aumento de países filiados e a paixão pela bola consolidou-se, organizada e poderosa como nunca. Nas últimas cinco décadas houve uma grande revolução no mundo do futebol. De esporte quase amador transformou-se numa das maiores indústrias do mundo, movimentando bilhões de dólares em salários, material esportivo, turismo e direitos de transmissão.
Quando nosso João Havelange assumiu a presidência da FIFA em 1974, apesar de já ser celebrada entidade e uma das mas organizações internacionais mais bem sucedidas, a federação estava quebrada. Havelange revolucionou a administração e as finanças, viajou pelo mundo para buscar novos filiados e recursos, fez contratos longos e milionários com patrocinadores e, quando entregou a FIFA para Joseph Blatter, em 1998, a entidade estava fortalecida.
O lendário jornalista investigativo inglês David Yallop ( 1937-2018) publicou um polêmico livro em 1998, intitulado Como Eles Roubaram o Jogo: Segredos dos Subterrâneos da FIFA (Editora Record), no qual registra os avanços e os problemas, inclusive de corrupção, da FIFA e do futebol, a partir de Havelange e relatou polêmicas envolvendo resultados de jogos de futebol e outras mazelas. Yallop registra que, a partir do crescimento da FIFA, houve concentração de poder e dinheiro em países da Europa, que não por acaso ganharam quase todas as últimas copas do Mundo nestes últimos 32 anos. Yallop ressalta os avanços do esporte, mas mostra os lados sombrios do mundo do futebol e lamenta que o futebol-arte tenha perdido muito espaço para o futebol-força.
A Copa do Mundo, por sua magnitude e alcance, mostra as riquezas, as pobrezas e as desigualdades do planeta, não só no campo do futebol. Ao lado do charme do esporte, dos gestos educados, especialmente dos japoneses, e de cenas tocantes envolvendo torcedores, jogadores e imprensa, existe um lado B, com histórias de milhares de empregados que morreram na construção de estádios no Catar, lances de corrupção, politicagem e outros aspectos que a gente bem sabe quais são.
Famintos de todo o planeta assistem os príncipes dos gramados se banqueteando com carne coberta a ouro, curtindo hotéis milionários e portando relógios que custam milhões de reais, entre outros itens do antigo "mercado do luxo" que, para quem não sabe, já existia no período paleolítico.

A propósito...

A Copa reflete o planeta, para o bem e para o mal e, como sempre, quando a bola e a rivalidade começam a rolar, a paixão e a adrenalina tomam conta, nos fazendo esquecer de tudo, que o futebol é o maior mantra mundial, uma pausa refrescante para enfrentar esse mundinho doido que está ai. Então é esperar que haja distribuição melhor de renda no futebol, mais profissionalização, pagamento de impostos, respeito às regras e, na medida do possível, ênfase para os lados saudáveis e artísticos do esporte. Esperar, também, que as taças das Copas não fiquem só na Europa.