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Publicada em 06 de Outubro de 2025 às 16:30

Porto Meridional: desenvolvimento com cuidado ambiental

Adauri Cabral
Secretário de Meio Ambiente de Arroio do Sal, mestre em qualidade ambiental e especialista em Direito Ambiental e Engenharia de Saneamento

Adauri Cabral Secretário de Meio Ambiente de Arroio do Sal, mestre em qualidade ambiental e especialista em Direito Ambiental e Engenharia de Saneamento

Adauri Cabral/Arquivo Pessoal/JC
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Adauri Cabral
Secretário de Meio Ambiente de Arroio do Sal, mestre em qualidade ambiental e especialista em Direito Ambiental e Engenharia de Saneamento

Não só pela minha função na Prefeitura de Arroio do Sal, mas também pela minha formação profissional, tenho um olhar atento ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto do Porto Meridional, que está em análise pelo Ibama. Com isso, posso assegurar que o documento é robusto e demonstra compromisso com a ciência, a sustentabilidade e a transparência. É imprescindível lembrar a sociedade que nenhum empreendimento desse porte avança sem um estudo profundo, sério e tecnicamente embasado.
A análise de riscos envolveu 15 tipologias, com estudos de consequências que deram origem a um plano de gestão ambiental sólido e detalhado. No total, 36 programas de monitoramento estão previstos, com investimentos estimados em R$ 54 milhões. Esse é um valor expressivo, dedicado exclusivamente a garantir que a operação do Porto seja acompanhada e ajustada constantemente, reduzindo ao máximo possíveis impactos ao meio ambiente da nossa cidade e região.
Em mais de 2.800 páginas, o documento, elaborado por uma equipe de 50 profissionais especializados — entre eles, 22 oceanógrafos e 17 biólogos — fez um profundo levantamento dos caminhos e necessidades para a instalação do Porto. Esse esforço coletivo traz não apenas credibilidade científica, mas também segurança para a comunidade local, por ter sido realizado por pessoas altamente conhecedoras das respectivas áreas que foram analisadas.
Nesse compilado, estão registrados os cuidados que serão necessários para a instalação do Porto, num esforço coletivo, que garantirá a tomada de todas as medidas necessárias para o monitoramento da fauna, o cuidado com as rotas de migração marinha, o controle rigoroso de dragagens e a adoção de tecnologias limpas.

O Porto Meridional é um projeto que acreditamos como transformador: alia desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental, considerando desde sua origem os desafios globais de sustentabilidade, ao mesmo tempo em que posiciona o Rio Grande do Sul de forma mais competitiva no cenário logístico nacional. Como técnico que leu a íntegra do estudo, posso afirmar, com convicção, que se trata de um empreendimento concebido sob o olhar da ciência e o compromisso com as futuras gerações.
Em nome da administração, reafirmo que o projeto conta com nosso apoio institucional, que é o que nos cabe, já que o investimento é privado e as autorizações, federais. O Porto só sairá do papel com o cumprimento integral das exigências do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama, num processo rigoroso, técnico e qualificado.
Além disso, antes da emissão da licença, serão realizadas audiências públicas para esclarecer dúvidas e colher as sugestões da comunidade, o espaço adequado e democrático para esse diálogo. Dúvidas e críticas fazem parte do jogo, mas condenar algo que está sendo tecnicamente verificado por profissionais de um órgão com a credibilidade do Ibama, na minha concepção, é um desrespeito e uma falta de ética. Nossa comunidade pode ter certeza de que estamos atentos a tudo. E de que agiremos sempre com bom senso, dentro dos limites da realidade e da razoabilidade.
De nossa parte, vamos continuar cumprindo nosso papel, de estar ao lado da população de Arroio do Sal. E, por isso mesmo, somos receptivos a empreendimentos que, como o Porto Meridional, vão trazer qualidade de vida, desenvolvimento econômico e social para o nosso município e para nosso litoral.

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