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Mercado

- Publicada em 18 de Julho de 2022 às 18:43

Anac avança em busca de concorrência em distribuição de combustível de aviação

 A Wizz Air jet comes in to land at Gatwick Airport, south of London on June 10, 2022. - Wizz Air warned shareholders that recent disruption at airports will probably lead to the airline making an operating loss in the first quarter of its financial year. (Photo by Ben Stansall / AFP)

A Wizz Air jet comes in to land at Gatwick Airport, south of London on June 10, 2022. - Wizz Air warned shareholders that recent disruption at airports will probably lead to the airline making an operating loss in the first quarter of its financial year. (Photo by Ben Stansall / AFP)


/BEN STANSALL/AFP/JC
Agência Estado
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pode aprovar até o fim de setembro novas regras para o acesso à infraestrutura de distribuição de combustível de aviação nos aeroportos brasileiros, com destaque para Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), os grandes centros de consumo do produto no País.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pode aprovar até o fim de setembro novas regras para o acesso à infraestrutura de distribuição de combustível de aviação nos aeroportos brasileiros, com destaque para Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), os grandes centros de consumo do produto no País.
O novo modelo proposto pela Anac, de acordo com informações da agência Estado, é visto como o início de um processo de inflexão no desenho desse mercado, concentrado em três empresas: Raízen, Vibra (antiga BR Distribuidora) e Air BP.
A baixa concorrência no segmento é apontada como um dos fatores que fazem o combustível de aviação no Brasil ser até 40% mais caro do que no exterior - aliado a outros motivos, como a tributação e o domínio da Petrobras na produção e refino do item.
Há quase uma década, representantes da iniciativa privada, do governo e da agência reguladora tentam mudar a configuração do setor de distribuição para que mais agentes possam prestar o serviço. Por outro lado, a resistência das distribuidoras jogou o tema na Justiça e até no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), onde são investigadas por supostamente impor barreiras de entrada a outros players no aeroporto de Guarulhos, o que as empresas negam.
O "pedágio" que novos entrantes precisarão pagar para acessar a infraestrutura de dutos e hidrantes, que recebeu investimentos desse pool de empresas, é um dos pontos de maior atrito nessa disputa. A ausência de uma metodologia clara sobre a cobrança alimentou o conflito nos últimos anos, mantendo o setor sem movimentações.
A Vibra conta com 51,5% do market share do mercado de distribuição do QAV no Brasil, seguida pela Raízen, com 32,61% e pela Air BP, com 15,29%, segundo dados de 2019. Diante disso, em proposta colocada em consulta pública, a Anac apresentou diretrizes para essa precificação, que contabiliza custos dos investimentos não amortizados, de capital e os custos operacionais.
Distribuidoras apontaram que esperam da agência reguladora zelo quanto aos investimentos feitos no setor. A Anac rejeita a ideia de incluir na metodologia uma valoração das receitas futuras pelo uso da infraestrutura, ponto de divergência ao longo dos anos.
O diretor da Anac Tiago Pereira afirmou à reportagem que contabilizar esse componente seria o mesmo que computar o poder de mercado das distribuidoras, domínio que o órgão tenta reduzir ao incentivar a entrada de novos players. "Por isso, deixamos claro que a cobrança é relacionada a custo", disse Pereira.
Apesar de a proposta da Anac contar com a diretriz de precificação, os detalhes da cobrança não estarão presentes na regulação da agência, mas, sim, em um Termo de Condições de Acesso (TCA), o qual, nessa primeira fase, as concessionárias dos aeroportos de Guarulhos e Galeão serão obrigadas a produzir. Pela minuta de resolução elaborada pela Anac, os operadores terão até três meses para submeter a proposta do TCA à consulta para as empresas aéreas e os potenciais interessados em compartilhar a infraestrutura do Parque de Abastecimento de Aeronaves (PAA).
A expectativa da Anac é que o termo defina questões que hoje se apresentam como os grandes entraves para a entrada de novas empresas no mercado. "Quem quiser entrar, a regra do jogo estará clara. Galeão e Guarulhos têm que publicar os termos com condições objetivas, remuneração, condições operacionais, exigência securitária", observou Pereira.
O regulamento de livre acesso à infraestrutura já existe, mas lacunas na regulação dificultaram que a regra fosse aplicada na prática. Além de obrigar a elaboração de um termo de acesso, a minuta proposta pela Anac deixa claro que a norma se aplica não só aos operadores aeroportuários, mas também às distribuidoras, que fecham contratos com esses operadores, como aconteceu com a concessionária de Guarulhos.
"O que percebemos, sobretudo na discussão de Guarulhos, é que o operador aeroportuário tem relação comercial com as distribuidoras, e essa relação geralmente não é só operação, mas prevê investimentos, demandam tempo de amortização (...) Então deixamos mais claro que a norma também se aplica às distribuidoras de combustíveis", explicou o diretor da Anac.
 
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