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Opinião

- Publicada em 22 de Novembro de 2022 às 18:05

Dia da Consciência Negra

Cristiane Teresinha Domingues de Souza
Cristiane Teresinha Domingues de Souza
Hoje, no mundo contemporâneo, fica difícil explicar para as pessoas que o povo negro ainda luta muito para sobreviver. Já fazem 134 anos que houve a abolição da escravatura no Brasil e ainda é necessário falar sobre escravidão, valores, qualidade de vida, respeito e igualdade de direitos. Por que isso acontece? Porque, na escola, a abolição é contada numa ótica que não aborda todos os fatos que envolveram o período em que os negros foram escravizados no Brasil. Por isso, torna-se importante conhecer um pouco da história. No dia 20 de novembro, comemora-se o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Mas, quem foi Zumbi dos Palmares?
Zumbi dos Palmares é o símbolo da resistência e da luta contra a escravidão no Brasil Colonial. Foi o último líder do Quilombo dos Palmares, o maior daquele período. Da sua vida pessoal sabe-se muito pouco. No entanto, sabe-se que era casado com Dandara, e que a esposa lutava ao seu lado. Foi batizado com o nome de Francisco e recebeu uma educação esmerada. Aprendeu português e latim, além do catecismo, para ser batizado na fé católica. Aos 15 anos, fugiu para o Quilombo dos Palmares, ganhando, anos depois, notoriedade ao defender o quilombo dos ataques de tropas portuguesas, demonstrando suas habilidades de guerreiro Jaga. Sua postura diante do governo colonial era de desafio e enfrentamento, pois não aceitava que seu povo fosse escravizado. Em 1694, após algumas invasões reprimidas, a capital de Palmares é destruída e, em 1695, Zumbi é morto, aos 40 anos de idade.
Na atualidade, Zumbi é símbolo de força e resistência para a população negra, que diariamente enfrenta muitos desafios, que alguns brasileiros ainda consideram 'mimimi'. No entanto, um olhar crítico ao redor poderia explicar um pouco dos desafios, especialmente em relação à carreira, à política e a tantos outros aspectos, onde a figura do negro não se faz presente ou é invisibilizada, especialmente, em lugares de poder e tomada de decisões.
De acordo com o IBGE, a população negra representa 54% dos brasileiros. Assim sendo, temos muito que trabalhar, para darmos oportunidades iguais e para a ascensão dessa população. Nos dias atuais, o Brasil reconhece que a falta de oportunidade para essa população se deve à história e ao chamado racismo estrutural. Segundo Silvio Almeida, "o racismo é estrutural, e ele não tem como se reproduzir longe das políticas educacionais". O racismo é naturalizado no nosso cotidiano e torna-se necessário trabalhar para mudar essa estrutura, especialmente por meio da educação.
É nesse contexto que o tema diversidade & Inclusão (D&I) tomou conta da agenda de grandes corporações brasileiras, pois foi cientificamente comprovado que a diversidade é uma riqueza que gera resultados imprescindíveis para o desenvolvimento sustentável, além de promover um ambiente saudável, uma vez que incentiva a troca de experiência entre pessoas de perfis diferentes. No ambiente profissional, essa troca garante a motivação e, o aumento da produtividade, fatores que impactam no resultado da empresa.
É nesse processo de transformação de mentalidade que a Comissão CRCRS Plural & Inclusivo entende o seu papel, ao desenvolver atividades que contribuem para a conscientização sobre a importância da diversidade nos ambientes e nos espaços de tomada de decisão, de forma mais diversa, com a inclusão de todas as pessoas.
Que 20 de novembro seja um dia de conscientização para que o Brasil possa se transformar num país que reconhece a importância de todas as etnias na sua construção, valorizando a sua pluralidade e fazendo da diversidade a sua força, a sua riqueza e que, além disso, possamos ter a consciência de que somos essencialmente humanos e, portanto, iguais.
contadora e coordenadora da Comissão de Estudos Plural e Inclusivo do CRCRS
 
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