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Inovação

- Publicada em 07 de Agosto de 2022 às 15:00

Região Sul do Brasil cresce no mercado de inovações que valorizam a vida

RS conta com 952 startups, o que deixa o Estado na terceira colocação no ranking nacional

RS conta com 952 startups, o que deixa o Estado na terceira colocação no ranking nacional


Freepik/JC
Em uma era de grandes transformações e inovações digitais, também conhecida como quarta revolução industrial, a mudança é algo constante, diferente do que acontecia em outros momentos da história. As startups, embora sejam um modelo de negócio relativamente novo em comparação ao tradicional, também se adaptam no sistema de mudança. Se antes a meta era a inovação de produtos, agora, o mercado de trabalho busca qualificar o pilar de valorização da vida. Dentro desse cenário, a região Sul do Brasil é a que mais tem crescido. Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC) ganham destaque no ranking elaborado pela Startup Ecosystem Index Report.
Em uma era de grandes transformações e inovações digitais, também conhecida como quarta revolução industrial, a mudança é algo constante, diferente do que acontecia em outros momentos da história. As startups, embora sejam um modelo de negócio relativamente novo em comparação ao tradicional, também se adaptam no sistema de mudança. Se antes a meta era a inovação de produtos, agora, o mercado de trabalho busca qualificar o pilar de valorização da vida. Dentro desse cenário, a região Sul do Brasil é a que mais tem crescido. Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC) ganham destaque no ranking elaborado pela Startup Ecosystem Index Report.

Rio Grande do Sul conta com 952 startups, o que deixa o Estado na terceira colocação no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, revela a Associação Brasileira de Startups

Rio Grande do Sul conta com 952 startups, o que deixa o Estado na terceira colocação no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, revela a Associação Brasileira de Startups


/RAWPIXEL.COM - FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
O Brasil conta, atualmente, com 10,4 mil startups, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Deste total, 952 estão registradas no Rio Grande do Sul, o que deixa o Estado na terceira colocação no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. 
Embora sejam um modelo de negócio relativamente novo em comparação ao tradicional, as startups acompanham as mudanças em uma era de grandes inovações digitais, também conhecida como quarta revolução industrial.
E, se antes a meta era voltada ao desenvolvimento novos de produtos, agora o mercado das startups busca qualificar o pilar de valorização da vida. Dentro desse cenário, a região Sul do Brasil é a que mais tem crescido.
Um dos exemplos vem de Porto Alegre, com a Semente, empresa cujo suporte é voltado para o impacto da pesquisa na vida de organismos e de pessoas por meio da BioDos.
Ainda no período de desenvolvimento, a startup gaúcha produz um sistema de identificação e mensuração da incidência de raios ultravioleta em superfícies, podendo ser na pele, no campo, em tecidos e lentes para óculos.
A iniciativa, formada por três biólogos, avalia desde a radiação ultravioleta sendo utilizada para esterilização de ambientes, influenciando no cotidiano das pessoas, principalmente na saúde - que acaba gerando o envelhecimento da pele.
"A partir de uma medição rápida e fácil, é possível identificar o impacto da influência. Com isso, vem toda nossa intenção dentro de um laboratório de pesquisa, que surgiu dentro do ambiente acadêmico buscando entender como funciona toda essa interação das coisas", explica o fundador e Ceo, Maurício Beux dos Santos.
Depois da elaboração de um plano estruturado, a BioDos participou do processo de pré-incubação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na ocasião, a iniciativa teve o primeiro contato com a Sementes, o que possibilitou o encontro com parceiros e consequentemente na formação de uma estrutura qualificada para o ingresso no mercado de trabalho.
Além da saúde, a BioDos busca calcular a resistência da radiação ultravioleta para aumentar a eficiência de bioinsumos utilizados no agronegócio. O setor utiliza a aplicação de bioinsumos para substituir a aplicação de agrotóxicos no combate às pragas, porém, o alto nível de radiação ultravioleta utilizado atualmente acaba prejudicando a eficácia dos insumos biológicos.
"O agricultor irá saber qual é a melhor hora para aplicação do insumo e qual foi o sucesso da aplicação. No final do dia, isso pode mostrar o quanto ele pode reduzir na aplicação com uma maior eficiência. Reduzindo o número de agrotóxicos no campo", diz Santos.
Até o final do ano, estão previstos a finalização do contrato, o edital de vinculação do projeto na UFSM e o lançamento do cronograma de produtos.
 

Inovação, tecnologia e agilidade são destaque no setor público

Produção artesanal se profissionaliza ao ter auxílio para obter inscrição municipal

Produção artesanal se profissionaliza ao ter auxílio para obter inscrição municipal


MARCO QUINTANA/ARQUIVO/JC
Quanto o assunto é desenvolvimento agrícola, a Semente auxilia na identificação e legalização de produtores artesanais e rurais, que não estão legalmente vinculados aos municípios, por meio da Cooltivando.
O Serviço de Inspeção Municipal (SIM) é uma exigência legal das prefeituras, porém, apenas 40% das cidades brasileiras possuem o serviço de fiscalização, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), publicados em 2021. O SIM é responsável por garantir a segurança alimentar e tem como principal objetivo assegurar a qualidade sanitária dos produtos alimentícios que são produzidos na cidade e que chegam até a mesa do consumidor.
Dentro desse cenário, a Cooltivando, plataforma desenvolvida pelo engenheiro agrônomo Lucas Felippe, natural de Santa Catarina, além de tornar agricultores em produtores autorizados a operar, recolhe tributos para o município, integra as comunidades e pode alavancar os negócios locais através de incentivos municipais.
"Na graduação, descobri um universo do agro muito injusto para agricultura familiar e mais facilitador para grandes produtores, latifundiários. Isso me chamou muita atenção", diz Felippe. Com incentivo ao empreendedorismo ainda na universidade, a Cooltivando teve seu início como um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Até 2020, a startup prestava serviço para cooperativas, mas com a divulgação dos dados sobre o número de municípios sem o SIM, a iniciativa reconheceu a necessidade de auxiliar os agricultores nesse processo.
Em um ano, quatro famílias do Paraná se tornaram uma empresa formal com o suporte da Cooltivando. Em 2021, a startup começou a auxiliar outras cidades do País, legalizando seis famílias. Atualmente, presente em 30 cidades, 200 famílias rurais já foram legalizadas.
Segundo Felippe, "um produto utilizado fora da legalização é facilmente apreendido pela vigilância sanitária e os produtores são tratados como bandidos. Se perguntar o motivo que ele não legalizou, não é por falta de vontade, mas sim porque o processo é muito burocrático. Dessa forma, ele é desestimulado a ser legalizado".
Em parceria com a prefeitura, a Cooltivando solicita em ordem todos os documentos que já estão expostos em leis do Ministério da Agricultura. Os documentos são enviados e organizados em um sistema, que pode ser acessado tanto de casa quanto da prefeitura. Além disso, a plataforma orienta os usuários onde é possível encontrar cada um dos papéis. Em média, a jornada da legalização leva no máximo sessenta dias e os contratos com a prefeitura são legalizados de acordo com as licitações.

Confiança em rede busca segurança de mulheres

Ao todo, 20 mulheres do Brasil foram convidadas para testarem o botão

Ao todo, 20 mulheres do Brasil foram convidadas para testarem o botão


/Arquivo pessoal Têssa/JC
O estudo Startup Ecosystem Index Report 2021 ressalta as cidades que apresentam os melhores ecossistemas para surgimento e crescimento de empresas de base tecnológica. Nele, Curitiba (PR) aparece na segunda posição, enquanto Porto Alegre (RS), na quinta, e Florianópolis (SC) em sexto lugar.
"Esse destaque mostra a importância dessas cidades para todo o Brasil, mas nós queremos chamar a atenção para soluções que realmente trabalham em prol do local onde estão inseridas, proporcionando empregos, renda, e produtos que modificam a vida das pessoas", diz o CEO da Semente Negócios, Márcio Jappe.
Com o propósito de promover a prosperidade, a Semente Negócios, que nasceu no Rio Grande do Sul, em 2011, é uma empresa de educação empreendedora que busca a promoção da prosperidade por meio da inovação. De acordo com Jappe, a primeira grande missão foi transformar o modelo de ensinar e praticar o empreendedorismo no País. Hoje, os conceitos ao redor de startups, desenvolvimento de clientes, validação e hipóteses de negócios possuem um novo alcance.
Na segunda fase, no entanto, a inovação já era vista como um meio de desenvolvimento capaz de fazer com que o empreendimento melhorasse, de fato, a vida das pessoas. Porém, é apenas no terceiro nível de desenvolvimento das startups que a inovação atingiu o patamar de valorização da vida. A partir da iniciativa venture building, que auxilia as organizações em troca de um percentual de participação da empresa por meio de mentorias, por exemplo, a Semente chegou até às startups Têssa, BioDos e Cooltivando, que fomentam o território em termos econômicos e sociais.
No Brasil, ser mulher, entre outras características, ainda resulta em medo devido a problemas estruturais. Embora o número de vítimas de feminicídio tenha caído em 1,7% no ano passado, na comparação com 2020, a cada sete horas, uma mulher é vítima de feminicídio, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho deste ano.
Em 2021, cerca de 1.340 mulheres foram assassinadas em razão de gênero, enquanto em 2020 o número de vítimas foi um pouco mais de 1.350. Mesmo com a queda, os números ainda são altos e vêm acompanhados pelo crescimento de outros tipos de violência contra as mulheres como lesão corporal dolosa, ameaças, estupros e emissão de medidas protetivas.
Com base em suas vivências particulares e na conversa com outras mulheres, Juliana Ladeira e Carolina Campos, ambas de Florianópolis (SC), desenvolveram a Têssa. A partir do suporte da Semente Negócios, a startup conseguiu pôr em prática a execução da Biju - um botão de emergência disfarçado de pingente, que desenvolve uma rede de confiança para promoção de segurança das mulheres.
"Sabemos que a violência é uma pandemia, mas queremos nos sentir livres. Com a Biju você tem uma rede de proteção em um clique. Tiramos o peso da violência, mas falamos sobre a liberdade e qualidade de vida. O medo é uma prisão, falamos sobre esse grito de liberdade, para que você consiga ter a vida que merece", comenta Juliana.
No primeiro momento, o objetivo da Têssa é atingir mulheres na idade adulta. De acordo com Juliana, cerca de 30 a 40 milhões de mulheres entre 18 a 70 anos correm riscos em centros urbanos. Com custo de R$ 179,90, o botão de emergência se conecta via bluetooth a um aplicativo de celular. Nele, a usuária faz o cadastro de uma rede de contatos, que é acionada sempre que a mulher estiver em momento de insegurança. De forma versátil, a Biju pode ser usada no colar, chaveiro entre outras possibilidades.
Em fase de teste da Biju, 20 mulheres de regiões distintas do Brasil foram convidadas para serem embaixadoras da marca.

Fabrine Bartz é natural de Camaquã, estuda jornalismo na Escola de Comunicação, Artes e Design - Famecos/Pucrs e atua na editoria de Geral no Jornal do Comércio, desde 2021.