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Exportações

- Publicada em 22 de Novembro de 2022 às 17:20

RS já negociou embarque de 1,5 milhão de toneladas da safra de trigo

Navio de bandeira liberiana navega pelo Atlântico com 71,5 mil toneladas de trigo gaúcho rumo à Indonésia

Navio de bandeira liberiana navega pelo Atlântico com 71,5 mil toneladas de trigo gaúcho rumo à Indonésia


Preston Brook Marine Traffic/Divulgaçao/JC
Claudio Medaglia
O navio de bandeira liberiana Ting May partiu na segunda-feira (21) do Porto de Rio Grande levando 71,5 mil toneladas de trigo. A embarcação quer navega com destino à Indonésia, transporta a primeira carga do cereal colhido nesta safra. Até o final de janeiro, 1,55 milhão de toneladas do grão deverão seguir viagem por águas internacionais para abastecer diferentes mercados ao redor do mundo.
O navio de bandeira liberiana Ting May partiu na segunda-feira (21) do Porto de Rio Grande levando 71,5 mil toneladas de trigo. A embarcação quer navega com destino à Indonésia, transporta a primeira carga do cereal colhido nesta safra. Até o final de janeiro, 1,55 milhão de toneladas do grão deverão seguir viagem por águas internacionais para abastecer diferentes mercados ao redor do mundo.
O volume corresponde a pouco mais da metade dos 2,9 milhões de toneladas embarcadas entre novembro de 2021 e maio de 2022. Neste ano, em função da estiagem, os terminais em Rio Grande permitiram a entrega de trigo dois meses adiante do prazo normal, que é março. Mas a tendência é de que as exportações fiquem em torno desse número, diz Índio Brasil, da Solo Corretora de Cereais, de Ijuí.
A previsão é corroborada pelo presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), Paulo Pires. “Infelizmente, apesar de estarmos colhendo uma ótima safra, dificilmente teremos condições portuárias para escoar volume muito maior que esse por Rio Grande. Temos um grande problema logístico no Porto. Depois de março, a preferência é pelos embarques de soja, o que prejudica negócios do trigo e até do milho”, lamenta o dirigente.
O corretor da Solo destaca que somente entre esta quinta-feira (24) e o dia 9 de dezembro, partirão navios já nomeados no complexo portuário gaúcho com 273 mil toneladas em exportação e 20 mil toneladas para o Nordeste brasileiro. O momento é favorável ao produto no cenário internacional. Com uma produção global estimada em 780 milhões de toneladas de trigo no ano-safra, que vai de setembro de 2022 a agosto de 2023, a previsão de consumo é de 795 milhões de toneladas.
“Isso sinaliza que os estoques estarão muito encurtados. E que os preços internacionais, em dólar, deverão se manter firmes até setembro do ano que vem”, estima o corretor. Ele destaca que, exceto pelos primeiros 60 dias da invasão russa na Ucrânia, quando houve grande incerteza quanto à oferta e ao fluxo de trigo no mercado mundial, as cotações atuais estão cerca de 20% acima da média dos últimos cinco anos.
Com uma safra projetada entre 9 milhões e 10 milhões de toneladas, o País também importa trigo, já que consome aproximadamente 12 milhões de toneladas do cereal. A questão, pondera Índio Brasil, será a relação com o câmbio, na relação do real com o dólar.
“Os valores não deverão baixar antes de o mundo recuperar a produção que ficou no caminho da guerra na Ucrânia. O momento de menor preço é agora. Há margem para melhorar, mas mercado é sempre uma incerteza”, completa.
Com cerca de 60% da área de trigo desta safra já colhidos, o Rio Grande do Sul deverá ter a maior produção da história, com grãos da melhor qualidade dos últimos 20 anos, estima Elder Dal Prá, coordenador da Área de Culturas e de Defesa Sanitária Vegetal da Emater-RS.
“Há lavouras em que a produtividade ultrapassa os 4,2 mil quilos por hectare. Além disso, o peso hectolítrico (PH) dos grãos, que é balizador de preços, está acima de 78, indicando qualidade tipo 1. E há uma grande quantidade de áreas com grãos de PH superior a 80. Temos todo o trigo em fase de maturação fisiológica, maior parte já colhida. Esperamos que as condições climáticas se mantenham favoráveis para a conclusão de uma safra excepcional”, diz o agrônomo.
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