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Comércio exterior

- Publicada em 06 de Julho de 2022 às 19:30

RS trabalha para ganhar mercado para a carne suína no Canadá

Condição de livre de aftosa sem vacinação será essencial para abertura de novo mercado

Condição de livre de aftosa sem vacinação será essencial para abertura de novo mercado


Wenderson Araujo/Trilux/CNA/JC
Diego Nuñez
Em junho, o Canadá habilitou os sete primeiros frigoríficos para exportação de carne suína - todos de Santa Catarina. A abertura deste novo mercado foi resultado de anos de negociação comercial e a condição de região livre de febre aftosa sem vacinação, adquirida há 15 anos pelo estado, foi determinante. Agora, o caminho dos porcos gaúchos até a mais setentrional nação das Américas está aberto, e o setor quer conseguir a autorização até 2023.
Em junho, o Canadá habilitou os sete primeiros frigoríficos para exportação de carne suína - todos de Santa Catarina. A abertura deste novo mercado foi resultado de anos de negociação comercial e a condição de região livre de febre aftosa sem vacinação, adquirida há 15 anos pelo estado, foi determinante. Agora, o caminho dos porcos gaúchos até a mais setentrional nação das Américas está aberto, e o setor quer conseguir a autorização até 2023.
Apesar de ser o terceiro maior fornecedor de carne suína no mundo - em 2021, o país exportou 1,5 milhão de toneladas - o Canadá também é um importante comprador no mercado internacional. Em média, importa 250 mil toneladas anualmente.
O caminho percorrido por Santa Catarina para alcançar este destino foi longo. O estado vizinho está há mais de 15 anos reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação - status considerado essencial por diversos mercados do mundo como atestado de sanidade de produtos oriundos da proteína animal.
“Eu acompanho as negociações há talvez 10 anos. Foi uma vitória resultado de um processo longo, com idas e vindas, visitas ao Brasil e que culminou, em maio deste ano, na abertura sanitária, que é quando os países entram em acordo para a exportação do produto”, relata o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Hoje, apenas Santa Catarina está habilitada para exportar o produto ao Canadá porque, quando se iniciou o processo burocrático de certificação, era o único estado com reconhecimento livre de febre aftosa sem vacinação - status que foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ao Rio Grande do Sul em maio do ano passado.
O setor entendeu que seria benéfico dar continuidade a este longo processo e conceder o acesso ao mercado aos catarinenses. Com esta abertura concretizada, abre-se caminho para que os gaúchos, em um futuro próximo, também passem a enviar seus produtos.
“Agora, a nova etapa é pedir ao Canadá, via governo brasileiro, que o Rio Grande do Sul e o Paraná sejam reconhecidos. Uma coisa é a OIE reconhecer, outra coisa são os países reconhecerem. Depois de recolhido, é um processo rápido das plantas. Estamos trabalhando para isso e a abertura em Santa Catarina facilita esse processo. É uma das prioridades do setor”, afirma Ruas.
No Estado, representantes da suinocultura observam com expectativa esse processo. A expectativa é de que, ainda em 2023, a produção gaúcha possa ter acesso ao mercado canadense.
“O setor gaúcho tem todo o interesse. Agora estamos com este novo status sanitário e a nossa estrutura não é diferente (de SC). É uma questão documental que o RS demorou, mas felizmente chegou nas condições. Se espera que nos próximos meses, até 2023, se resolva”, projeta Rogério Kerber, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips).
Segundo ele, umas das questões que atrasou o processo no Rio Grande do Sul foi a pandemia de Covid-19. “Ainda não foi possível (o acesso à habilitação) também em razão de missões, de contatos… o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem algumas limitações de viagens. E esse trabalho se dá muito com reuniões presenciais. Todos os países importadores estão cautelosos em agendar missões técnicas nesse momento, o que vem atrapalhando”, diz Kerber.
Todavia, garante que o tema está “na pauta do dia” e é uma das prioridades do setor, não apenas a exportação de carne suína para o Canadá, mas também a abertura de mercados como o do Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Chile e Estados Unidos - nações que exigem status referentes à febre aftosa.
A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) considera que é benéfico para o Estado e para o Brasil a conquista dos sete frigoríficos de Santa Catarina. “Leva um tempo para se colocar em igualdade com SC, que já está há 15 reconhecida. Nós temos o reconhecimento há pouco mais de um ano. É positivo. mas há muitos trâmites a serem feitos. O RS é o segundo maior exportador de carne suína brasileira, ainda não tem sido beneficiado por esse avanço de status, mas isso deve ocorrer ali na frente”, afirma o presidente da entidade, Valdecir Folador.
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