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eleições 2022

- Publicada em 10 de Maio de 2022 às 16:01

Meta anuncia medidas contra 'fake news' nas eleições para Facebook, Instagram e WhatsApp

Altamente influentes nas urnas, plataformas da Meta terão novos recursos nas eleições de 2022

Altamente influentes nas urnas, plataformas da Meta terão novos recursos nas eleições de 2022


LIONEL BONAVENTURE/AFP/JC
Fernanda Soprana
Faltam menos de cinco meses para o primeiro turno das eleições de 2022, que definirão os nomes do presidente do País, governadores, senadores, deputados estaduais e federais. Um fator decisivo para o resultado está na palma da mão de boa parte dos brasileiros — a propaganda política que acontece nas redes sociais.
Faltam menos de cinco meses para o primeiro turno das eleições de 2022, que definirão os nomes do presidente do País, governadores, senadores, deputados estaduais e federais. Um fator decisivo para o resultado está na palma da mão de boa parte dos brasileiros — a propaganda política que acontece nas redes sociais.
A Meta — conglomerado antes conhecido como Facebook, que também administra o Instagram e o WhatsApp — anunciou, nesta terça-feira (10), as novas medidas a serem implementadas nas plataformas para evitar a desinformação e, assim, permitir eleições mais democráticas. As funcionalidades foram apresentadas à imprensa em coletiva virtual.
“Fizemos, apenas em 2021, um investimento de US$5 bilhões em segurança e integridade. Os investimentos não são feitos apenas em capacitação humana e na contratação de 40 mil especialistas, mas também em inteligência artificial. A gente entende que, com a ajuda da inteligência artificial, conseguimos potencializar o nosso trabalho, identificar conteúdos nocivos em larga escala e remover possíveis violações às nossas políticas antes que sejam reportadas pela comunidade”, explica a gerente de Programas de Resposta Estratégica da Meta América Latina, Debs Delbart.
Segundo a executiva, a empresa tem parceria com o Tribunal Superior Eleitoral — o que acontece em todos os países democráticos — e, neste ano, também atuará em conjunto com os Tribunais Regionais Eleitorais brasileiros.
Debs detalha quatro novidades para o Instagram e o Facebook para as eleições deste ano:
  • A inauguração de um canal de denúncias do TSE, cujas equipes vão reportar conteúdos que possivelmente violam as regras de comunidade do Facebook e do Instagram. Caso uma violação seja confirmada, o conteúdo será removido;
  • O fornecimento de sessões de treinamento para autoridades eleitorais, a nível regional e nacional, para garantir que tenham o mesmo conhecimento acerca das plataformas e suas respectivas políticas;
  • A inserção de um rótulo em publicações que falam sobre as eleições, que entrou em efeito em dezembro de 2021. A ideia, de acordo com a gerente, é que as pessoas sejam estimuladas a acessar o site da Justiça Eleitoral para obter informações oficiais sobre as eleições e o processo democrático como um todo;
  • A adoção de lembretes sobre datas importantes do calendário eleitoral no Instagram, ferramenta já implementada no Facebook.
Quanto ao WhatsApp, aplicativo de comunicação amplamente utilizado no Brasil, o conglomerado pretende reforçar a proibição de disparos de mensagens em massa. Nas eleições presidenciais de 2018, a estratégia foi utilizada para distribuir notícias falsas e favorecer candidatos, refletindo nos resultados das urnas.
“O WhatsApp tem limitado o encaminhamento de mensagens. Isso é contra intuitivo — do ponto de vista de uma plataforma de mensageria, talvez quanto mais mensagens, mais conectividade e mais sucesso a plataforma teria. O WhatsApp cuida para desincentivar que as mensagens sejam encaminhadas uma ou algumas vezes dentro da plataforma”, frisa o Head de Políticas Públicas da Meta Brasil, Dario Durigan.
O movimento detalhado por Durigan começou em 2018, com o limite de encaminhamento para até 20 conversas. Nos dois anos seguintes, foi reduzido para cinco conversas por vez, além de diminuir o máximo de reenvio de Mensagens Altamente Encaminhadas (HFM, na sigla em inglês) de cinco para apenas uma a cada vez. Em 2022, a novidade é que todas as mensagens já encaminhadas só podem ser reencaminhadas para um grupo por vez.
A plataforma também combate “comportamentos abusivos”, que caracterizam empresas de disparo em massa, por exemplo, com medidas de privacidade. Entre elas, estão códigos de verificação ao registrar a conta, tecnologias de identificação do uso de automação e uso anormal do aplicativo ao enviar mensagens, além do incentivo às denúncias por usuários. Durigan ressalta, contudo, que contas são excluídas sem a necessidade de denúncia em 75% dos casos.
A gerente de Políticas Públicas da Meta Brasil, Monica Guise, destaca que o campo de atuação da empresa é limitado às diretrizes estabelecidas para as plataformas. Infrações à legislação eleitoral, por exemplo, são identificadas e determinadas pela Justiça Eleitoral. Segundo Monica, a Meta conta com a parceria de times jurídicos e advogados externos para o cumprimento agilizado de ordens judiciais, tanto para a remoção de conteúdo quanto para a restauração de publicações removidas indevidamente.
"O campo de atuação seguro da empresa é a violação das próprias políticas. Existem áreas mais cinzentas, que variam de país para país. Lembrando que a Meta é uma empresa global que atua em países com legislações diferentes", diz a gerente. "Quem é o Facebook para determinar se uma propaganda política é irregular ou não? A Justiça Eleitoral é quem decide isso. Nem a lei eleitoral brasileira consegue definir com clareza o que é propaganda política irregular".
Além das parcerias com a Justiça Eleitoral, a Meta confirma que um centro de operações estará em pleno funcionamento em outubro deste ano, mês de início do período eleitoral. O objetivo, segundo Debs, é dar celeridade às respostas de possíveis violações nas redes sociais do grupo.
"A ideia é que a gente consiga reunir especialistas no país e no exterior, trabalhando juntos para monitorar em tempo real as eleições e os possíveis riscos e interferências dentro das nossas plataformas", afirma Debs. Ela ressalta que, com o pioneirismo no Brasil, este é um esforço contínuo para evitar a interferência das redes sociais nas urnas, principalmente com relação ao que a empresa chama de "redes de comportamento inautêntico coordenado".
"Entendemos como uma rede de comportamento coordenado quando há uma coordenação entre contas, páginas ou grupos que buscam manipular ou ocultar publicações com o objetivo muito específico de influenciar o discurso ou debate público. O nosso foco é muito mais no comportamento, e não necessariamente no conteúdo compartilhado pelas redes. Desde 2017, removemos mais de 150 redes no mundo", relata.
Enquanto algumas funções já estão disponíveis nas plataformas, outras ainda estão em desenvolvimento, como o centro de operações. Apesar de não haver data de lançamento definida, a Meta afirma que todas as medidas serão implementadas até outubro.
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