Afastados de qualquer possibilidade de apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo pleito, os integrantes do Partido Social Democrático (PSD) estão trabalhando a pleno na formação da chapa até o final de março. Segundo o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), segue sendo o nome do partido para ocupar a presidência da República após 2022.
"Ele tem experiência política, é um homem jovem e equilibrado, um ser humano qualificado, preparado e que, nos últimos anos, mostrou que tem talento para a vida pública e muitas condições" (de vingar como uma terceira via) - além disso, ainda faltam oito meses para as eleições, nem mesmo a pré-campanha iniciou", disse o dirigente do PSD, ao afirmar "total" confiança em Pacheco, apesar da "visibilidade" dos outros dois adversários, que lideram as pesquisas até o momento.
Segundo Kassab, agora, o movimento do partido será em prol de lançar nomes de candidatos às vagas de deputados federais e senadores - incluindo os políticos gaúchos. "Devemos encaminhar tudo para a frente majoritária em até dois meses", reforçou Kassab, durante uma coletiva à imprensa realizada na sede do partido em Porto Alegre no início da tarde desta terça-feira (11). Antes disso, o presidente do PSD esteve com o governador Eduardo Leite, a quem ele elogia pelo "bom trabalho" que tem feito à frente do Executivo gaúcho. "Estaremos alinhados com Leite aqui no Rio Grande do Sul", afirmou. Kassab pondera que as decisões estaduais estão descasadas do que o partido decidir em nível nacional.
Ao lado da presidente estadual do PSD, Letícia Vargas, do prefeito de Canoas, Jairo Jorge, Kassab destacou que, em termos de representação regional, o foco do partido é aproveitar a parceria com Leite para eleger o maior número de deputados e senadores gaúchos, fortalecendo o PSD no Estado. "Eu vejo com naturalidade um processo de participação da campanha junto com o governador (do Rio Grande do Sul), que tem força - e agora ainda mais, por conta de ter decidido que não irá se candidatar à nada."
Kassab avaliou que o PSD "está muito bem e deve chegar com um bom número" de representantes no Congresso Nacional, além de "nomes fortes" para concorrer a cargos de governadores. "No Senado, deveremos ter a primeira ou ao menos a segunda bancada mais expressiva; e na Câmara, deveremos ficar em segundo ou terceiro lugar (neste sentido)."
No Estado, a ideia é aumentar o número de integrantes do partido, reafirmou Jairo Jorge. De acordo com o prefeito de Canoas, por conta da decisão de ter um "candidato próprio e caminhar sozinhos", o PSD deverá ter poucas alianças em plano nacional. "Tenho ajudado a buscar candidatos às vagas do Congresso, pois queremos ampliar nossa bancada e fortalecer o partido no decorrer da próxima década", disse durante a coletiva desta terça-feira (11). Um dos nomes cotados é o da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP), que ainda não deu resposta ao partido. "Nos sentiremos honrados se ela tomar esta decisão", afirmou Kassab.
Ainda de acordo com o presidente nacional do PSD a meta da sigla é estar entre as quatro maiores forças políticas do Rio Grande do Sul em 2032. No final da tarde de ontem, ocorreu um ato político para apresentar o projeto do partido para a base.