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Política

- Publicada em 18 de Novembro de 2021 às 10:33

Leite nega que teria pedido a Doria para adiar vacinação contra a Covid-19

Tucanos disputam candidatura do PSDB à presidência da República

Tucanos disputam candidatura do PSDB à presidência da República


ANDRESSA PUFAL/JC
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi ao Twitter na noite desta quarta-feira (17) dar explicações a respeito de uma entrevista que concedeu à Folha de S.Paulo, na qual admite ter tentado interceder junto ao governador paulista, João Doria, para que este adiasse o início da vacinação contra a Covid-19, a pedido do governo de Jair Bolsonaro.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi ao Twitter na noite desta quarta-feira (17) dar explicações a respeito de uma entrevista que concedeu à Folha de S.Paulo, na qual admite ter tentado interceder junto ao governador paulista, João Doria, para que este adiasse o início da vacinação contra a Covid-19, a pedido do governo de Jair Bolsonaro.
Conforme o repórter Igor Gielow, da Folha, o pedido feito pelo governo Bolsonaro e atendido por Leite, em janeiro, caiu como uma bomba nas prévias presidenciais do PSDB. Ambos os governadores disputam a indicação do partido no próximo domingo (21), em uma disputa que ainda conta, sem chances de vitória, com o ex-prefeito manauara Arthur Virgílio.
Nesta quarta-feira, a Folha de S.Paulo revelou em uma entrevista com Leite a existência do pedido, feito pelo general Luiz Eduardo Ramos (então secretário de Governo, hoje secretário-geral da Presidência). Na entrevista, Leite admitiu que procurou Doria. "Houve uma conversa nessa direção, não foi um pedido de intervenção, mas um pedido de reflexão. Talvez tivesse sido positivo ao país que se fizesse um esforço de coordenação e engajamento, já que era uma questão nacional. Mas é um episódio superado", afirmou.
Nas redes sociais, Leite foi alvo de diversas críticas por parte tanto de tucanos, quanto de figuras associadas à esquerda. O caso desagradou parte do tucanato, cioso do ativo eleitoral que é a defesa da vacinação por Doria. O paulista patrocinou a produção da chinesa Coronavac em São Paulo, e é considerado até por adversários o responsável por forçar Bolsonaro a acelerar a campanha nacional.
Comentando a entrevista de Leite ao jornalista Lauro Jardim, de O Globo, Doria disse que respondeu: "Lamento, Eduardo, que você tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacinação, tão logo a Anvisa autorize a utilização da Coronavac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros".
O governador gaúcho reagiu, e, em nota, disse que o paulista quis se atribuir uma "frase heroica" que não teria ocorrido. "Naquele dia, o general Ramos ligou para Eduardo e pediu que convencesse Doria a aderir ao projeto de coordenação nacional da vacina. Naquele momento, havia uma inflexão do governo federal quanto a aceitar a vacinação ampla. Leite ligou para Doria para debater como os dois conduziriam esta questão", diz o texto.
"Privilegiariam a coordenação nacional num momento em que o governo federal assumira o compromisso de vacinar, ou trabalhariam sem ela? Doria rechaçou a coordenação nacional e disse que iria conquistar, a qualquer custo, a aplicação da primeira vacina. Leite questionou se isso seria seguro para a população - valia a pena sacrificar a ideia da coordenação nacional? Doria respondeu: 'Eu vou aplicar a primeira vacina, custe o que custar'. Leite, então, desistiu de continuar a conversa", diz o texto.
Ainda nesta quarta-feira, Leite comentou a questão em sua conta no Twitter (confira abaixo):
A resposta concedida na nota foi mal recebida entre integrantes da cúpula tucana, pois alinhou Leite aos interesses de Bolsonaro. Um entusiasta da candidatura do gaúcho diz que, embora fique claro para ele que Doria queria faturar politicamente a vacinação, a urgência sanitária não permitiria ambiguidade. Para ele, a nota foi um tiro no pé.
No momento da conversa, o fato de Doria ter anunciado um calendário estadual de vacinação havia levado o Ministério da Saúde a tentar acelerar o seu, após protelações e sabotagens que foram explicitadas durante a CPI da Covid no Senado.
Foi a percepção e pesquisas mostrando que a opinião pública queria vacina que gerou a inflexão transmitida por Ramos. Ao fim, a Coronavac e a vacina da AstraZeneca foram aprovadas pela Anvisa em 17 de janeiro.
Minutos depois, Doria estava ao lado da primeira vacinada no país. Em Brasília, o então ministro Eduardo Pazuello o criticava em uma entrevista coletiva chamada às pressas.
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