Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro disse estar preparado para à Presidência da República em 2022. Recém-filiado ao Podemos, o ex-juiz foi o convidado do programa Conversa com Bial, da TV Globo, na madrugada de ontem. "Estou pronto para liderar esse projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo tiver essa confiança, o projeto segue adiante", declarou.
Perguntado sobre como tem discutido projetos no bastidor político, Moro afirmou que as conversas estão voltadas principalmente para a economia e anunciou Affonso Celso Pastore como seu conselheiro. "É um dos melhores nomes do País", disse. "O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível", disse. Pastore é doutor em economia, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e foi presidente do Banco Central de 1983 até 1985, fim período da Ditadura Militar.
O ex-juiz informou que também aceitaria renunciar ser "cabeça de chapa". "Nunca tive a ambição de cargo político. Existem outros nomes que têm se habilitado para fugir dos extremos. Então, se tiverem outras lideranças, não tem nenhum problema de conversarmos. Temos que ter o desprendimento necessário para nos unirmos em algum momento", apontou.
Ao ser questionado se isso seria o anúncio da candidatura, enfatizou: "Essa jornada começa agora com a filiação. Estamos abertos para colocar o Brasil nos trilhos. Vai muito além do combate à corrupção. Precisamos nos tornar o país do futuro finalmente. Estou sim preparado."
Logo na abertura da conversa, o jornalista transportou Moro de "herói nacional" para "vilão ao se tornar avalista moral do presidente Jair Bolsonaro". "Não sei se concordo com a característica de vilão. Precisamos de bons líderes, mas que construam instituições que incentivem a construção de grandes líderes."
Bial, então, citou uma entrevista em que ele respondeu que "jamais seria candidato". "Naquele momento, o que vimos foi um Brasil vencendo a corrupção. Estava focado no meu trabalho e acreditava que o jogo iria virar", defendeu-se. "No entanto, tive a oportunidade de virar ministro e encarava como missão por um propósito maior. Porém, quando o governo boicotou o projeto de combate à corrupção, saí do governo." Moro argumentou que foi convidado pelo Podemos para liderar um projeto de País e recuperar "sonhos perdidos". "Não faltei com a verdade naquele momento, mas o contexto mudou", completou.