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Política

- Publicada em 04 de Novembro de 2021 às 13:15

Bolsonaro diz à PF que Moro usou indicação ao STF para negociar comando da polícia

O presidente da República é suspeito de interferir na cúpula da Polícia Federal para proteger parentes e aliados, suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro

O presidente da República é suspeito de interferir na cúpula da Polícia Federal para proteger parentes e aliados, suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro


EVARISTO SA/AFP/JC
A Polícia Federal interrogou o presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira (3) sobre a acusação de interferência política na corporação.
A Polícia Federal interrogou o presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira (3) sobre a acusação de interferência política na corporação.
Nesta semana vencia o prazo de 30 dias estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), para que fosse colhido o depoimento.
Bolsonaro é suspeito de interferir na cúpula da corporação para proteger parentes e aliados, suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
No depoimento, Bolsonaro negou interferência na PF e afirmou que trocou seu comando por questão de diálogo. Ainda disse que Moro teria concordado com a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da PF desde que ocorresse após sua indicação para ministro do Supremo Tribunal Federal.
Segundo o ex-ministro da Justiça, o chefe do Executivo pressionou pela mudança em agosto de 2019 e em janeiro, março e abril do ano passado.
O presidente nega interferência na PF, mas tentou forçar a substituição do chefe da corporação no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente e de dois dos seus filhos -o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
No pedido de abertura de inquérito, de abril do ano passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, citou oito crimes que podem ter sido cometidos: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crime contra a honra.
Em relação aos três últimos tipos penais listados por Aras, o alvo da apuração é o próprio Moro.
O ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato reafirmou as acusações feitas ao pedir demissão do Executivo e detalhou sua relação com Bolsonaro. Sobre a suposta intromissão no trabalho da polícia, Moro revelou que, por mensagem, o presidente cobrou a substituição na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.
"Moro você tem 27 superintendências [estaduais], eu quero apenas uma, a do Rio", disse Bolsonaro pelo WhatsApp, segundo transcrição do depoimento de Moro à PF.
Além disso, o ex-ministro ressaltou que o chefe do Executivo teria reclamado e demonstrado a intenção de trocar a chefia da corporação em Pernambuco.
O formato do depoimento que Bolsonaro deveria prestar à PF seria alvo de julgamento do STF no mês passado, mas o chefe do Executivo, após resistir por mais de um ano, manifestou interesse em fazê-lo presencialmente.
Folhapress
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