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Política

- Publicada em 16 de Outubro de 2021 às 11:09

Adoção de santinhos biodegradáveis é tema de projeto de lei

Panfletos de candidatos se acumulam nas ruas em época de eleições

Panfletos de candidatos se acumulam nas ruas em época de eleições


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/DIVULGAÇÃO/JC
Em 2018, o economista Pedro Carvalho, 24 anos, estava a caminho de sua seção eleitoral para votar quando quase tomou um tombo ao escorregar em um monte de panfletos espalhados pelo chão — os chamados "santinhos", que tanto se multiplicam pelas ruas em época de eleição. Quando voltou para casa, Carvalho decidiu entrar no portal e-Cidadania e sugerir uma ideia aos parlamentares que agora é tratada como projeto de lei.
Em 2018, o economista Pedro Carvalho, 24 anos, estava a caminho de sua seção eleitoral para votar quando quase tomou um tombo ao escorregar em um monte de panfletos espalhados pelo chão — os chamados "santinhos", que tanto se multiplicam pelas ruas em época de eleição. Quando voltou para casa, Carvalho decidiu entrar no portal e-Cidadania e sugerir uma ideia aos parlamentares que agora é tratada como projeto de lei.
Primeiramente, Carvalho pensou que a distribuição de santinhos devia ser proibida — na verdade, a legislação eleitoral já proíbe a entrega de panfletos no dia de eleição. Então pensou numa solução mais abrangente. “Eu sabia que os parlamentares não iam concordar com a proibição total” diz o economista, que procurou evitar maior resistência política.
Ele resolveu pesquisar formas menos danosas de distribuição de panfletos e deparou com uma reportagem sobre um candidato que imprimiu seus santinhos em papel biodegradável, com sementes. “Achei uma ótima ideia. Ninguém ia discordar”, lembra Carvalho, que entrou no site do e-Cidadania e cadastrou sua proposta: a obrigação de que todos os santinhos eleitorais sejam impressos em papel biodegradável.
A divulgação foi tímida. O autor enviou a ideia apenas para o grupo de sua família no WhatsApp e para uma comunidade de cerca de 500 pessoas no Reddit, uma rede social. Mesmo assim, a proposta viralizou rapidamente e alcançou os 20 mil apoios necessários para se tornar sugestão legislativa e ser discutida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
Em março de 2019, a CDH apresentou o Projeto de Lei (PL) 2.276/2019, pelo qual “a produção impressa de propaganda eleitoral será realizada somente a partir da utilização de material biodegradável”. Atualmente, a matéria está sob análise da Comissão de Meio Ambiente (CMA).
Carvalho comemora o fato de ter levado a discussão ao Parlamento. “A distribuição de panfletos é uma prática arraigada, mas que pode ser melhorada”, diz. De fato, a própria expressão “santinho” remete à antiguidade do costume. As campanhas eram feitas principalmente ao redor das paróquias.
Segundo o colecionador Fernando Leite, os candidatos costumavam carimbar seus nomes em estampas devocionais com santos e depois distribuí-las após as missas. Hoje, mesmo com o uso de ferramentas como redes sociais e aplicativos de celulares para fazer campanha eleitoral, a prática dos "santinhos" ainda não dá sinais de extinção. Uma parcela significativa da população decide o voto na última hora e o acesso à internet no momento da votação é limitado.
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