Com a proximidade do fim do veto a reajustes salariais de servidores, imposto pelo socorro federal concedido durante a pandemia, ao menos 14 governadores projetam recomposições inflacionárias ou aumentos reais para 2022, ano eleitoral. Parte deles já aprovou projetos que miram determinadas categorias, com destaque para professores e policiais.
No ano que vem, 17 governadores poderão tentar a reeleição. Dois deles ao menos já declararam não ter interesse - os tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), que disputam a vaga de presidenciável do PSDB. Ambos não preveem aumentos. Entre os demais, nove já anunciaram planos ou debatem a possibilidade, como Wilson Lima (PSC), do Amazonas.
Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, enviou dois projetos para apreciação dos deputados com a finalidade de ampliar a remuneração de militares e professores. A estimativa é que o custo alcance cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano.
Com o caixa reforçado após a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), que assumiu o cargo após o impeachment de Wilson Witzel (PSC), vai ampliar o gasto com o funcionalismo público em R$ 6 bilhões pelos próximos três anos. A Assembleia Legislativa do Rio já aprovou projeto, com apoio do Executivo, que autoriza valorização de 22% para os 432 mil servidores, sem reajuste desde 2014.
Mato Grosso também já aprovou a recomposição salarial de todos os servidores, em 6%. A ação foi assegurada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 ao custo estimado de R$ 550 milhões.
Em Minas Gerais, qualquer decisão do governo Romeu Zema (Novo) sobre salários depende da aprovação do projeto de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e da manutenção da suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União. Roraima segue a mesma linha. A gestão Antonio Denarium (PP) vai aguardar o primeiro trimestre de 2022 para avaliar um reajuste ao funcionalismo.