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Política

- Publicada em 03 de Setembro de 2021 às 14:32

'Sem engajamento da sociedade, democracia não se sustenta', diz Eduardo Leite

Governo do RS convidou jornalistas para relembrar movimento da legalidade de 1961

Governo do RS convidou jornalistas para relembrar movimento da legalidade de 1961


Gustavo Mansur/ Palácio Piratini / JC
Diego Nuñez
Para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a garantia dos direitos democráticos deve partir da população, não apenas da classe política. “A democracia não vai ser defendida pelos políticos apenas. A gente está vendo que a política está presente de comportamentos antidemocráticos. Se não houver engajamento da sociedade, nossa democracia não se sustenta”, afirmou o governador.
Para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a garantia dos direitos democráticos deve partir da população, não apenas da classe política. “A democracia não vai ser defendida pelos políticos apenas. A gente está vendo que a política está presente de comportamentos antidemocráticos. Se não houver engajamento da sociedade, nossa democracia não se sustenta”, afirmou o governador.
A declaração foi feita em um evento promovido pelo governo evento para ressaltar a defesa da democracia relembrando a histórica campanha da legalidade, promovida em 1961 pelo então governador gaúcho Leonel Brizola que frustrou uma tentativa de golpe de estado pelas Forças Armadas, que seria concretizada três anos mais tarde.
Sem citar nominalmente o presidente da República Jair Bolsonaro ou seus apoiadores, Leite disse que o Brasil vive “tempos estranhos” e fez um alerta para o ataque recorrente que as instituições democráticas vêm sofrendo.
“Todos os espaços de contestação estão constantemente sob ataque nos tempos atuais. Ataca-se a imprensa, ataca-se o Parlamento, ataca-se o Judiciário, ataca-se nas redes sociais. E, diante da perspectiva de contestação nas urnas, ataca-se as próprias urnas, então vivemos tempos muito estranhos nesse Brasil, e esse debate sobre a democracia, inspirado na legalidade, é muito importante para a sociedade, que deve proteger esse regime democrático”, pontuou o governador que, em diversos momentos, pediu para ser tratado como cidadão, e não como chefe de estado, pelo menos durante os debates.
O evento contou com a presença dos jornalistas convidados Carlos Bastois, Dione Kuhn, Guilherme Macalossi, Ricardo Chaves (Kadão) e Zeca Brito
Bastos, um dos principais porta-vozes e testemunha ocular movimentou de garantia da ordem democrática promovido por Brizola e abraçado pelo povo da Capital gaúcha diz que, no Brasil atual, se respira ares de 1961.
“A democracia brasileira está ameaçada por um movimento de querer retroagir ao voto impresso, de querer em intervir nas decisões da justiça brasileira”, analisou o jornalista.
Contudo, ele acredita que as aspirações golpistas presentes na política nacional, neste momento, ainda não são tão fortes quanto há 60 anos, quando militares tomaram o poder no País.
“Em 1964, havia guerra fria. O movimento tinha começado em 1954, quando a UDN (União Democrática Nacional) levantou a tese da maioria absoluta para impedir a posse de Getúlio Vargas, que tinha feito 49% dos votos. Depois veio a legalidade em 1961. O golpe estava sendo maturado, e hoje eu não vejo essa maturação para haver golpe no Brasil”, disse Bastos.
Para o jornalista, uma garantia de que não vá haver uma ruptura institucional em 2022 é o cenário. Com a eleição do presidente estadunidense Joe Biden (Democratas) após o Bolsonaro abertamente apoiar o candidato derrotado Donald Trump (Republicanos), as relações políticas Brasil-EUA esfriaram.
Na década de 60, o cenário era diferente. “Os Estados Unidos, com Biden não vão interferir. A comunidade europeia rechaça nossa política ambiental. (Uma ruptura ou tentativa de golpe) não teria apoio internacional, quando, em 64, uma peça chave foi a atuação do embaixador americano no Brasil”, afirma Bastos.
O encontro marcou a estreia do projeto Palácio Aberto, que pretende debater temas relevantes da sociedade neste centenário do Palácio Piratini, celebrado neste ano. O tema desta primeira mesa de conversa, que relembrou o episódio de 1961, foi “A Luta pela Democracia”.
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