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Política

- Publicada em 01 de Setembro de 2021 às 20:50

Entidades divergem sobre o futuro da Corsan com a privatização

Companhia de Saneamento está presente em 317 cidades no Estado

Companhia de Saneamento está presente em 317 cidades no Estado


/LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Marcus Meneghetti
Depois da aprovação da venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na Assembleia Legislativa, com 33 votos favoráveis e 19 contrários, repercuto de maneiras distintas entre os vários setores da sociedade gaúcha. Logo que a votação ocorreu, o governador Eduardo Leite (PSDB) se manifestou nas redes sociais.
Depois da aprovação da venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na Assembleia Legislativa, com 33 votos favoráveis e 19 contrários, repercuto de maneiras distintas entre os vários setores da sociedade gaúcha. Logo que a votação ocorreu, o governador Eduardo Leite (PSDB) se manifestou nas redes sociais.
"A Assembleia deu sinal verde para que o governo repasse o controle acionário da Corsan à iniciativa privada. Foi uma decisão corajosa e responsável. Agradeço a todos os deputados que acreditam na nossa agenda de modernização do Rio Grande do Sul", escreveu em sua conta no Twitter.
E prosseguiu: "a nova Corsan vai transformar o Estado num canteiro de obras. A expectativa é de mais de R$ 10 bilhões investidos nos próximos 12 anos. O processo vai agilizar obras que vão demandar a contratação de operários em diversas cidades, movimentando a construção civil e a toda a economia".
Por fim, se dirigiu aos prefeitos, que temem que a regionalização do saneamento possa causar o aumento da tarifa de água e esgoto, além de deixar desassistidos os municípios pequenos, uma vez que o subsídio cruzado pode estar em risco com a privatização do saneamento. "Quero tranquilizar os prefeitos. Seguimos conversando para aprimorar os demais projetos de formação de blocos regionais. O nosso trabalho é no sentido de viabilizar, não a solução para o governo, mas a solução para o Estado, com a garantia dos investimentos em todos os municípios", arrematou.
O diretor da Associação dos Engenheiros da Corsan (Aeco), Eduardo Carvalho, discorda que a venda do controle acionário da companhia seja a melhor forma de atrair investimentos privados. Embora a entidade seja favorável ao projeto que garantiu medidas de desestatização na Corsan, o diretor da Aeco entende que ao maneira de garantir maior volume de investimentos em saneamento seria a venda de, no máximo, 49% das ações a um parceiro estratégico (não de forma pulverizada).
"Entendemos que é positiva a venda das ações até o limite de 49%, mantendo a Corsan pública. Dessa forma, será possível levar adiante mais cinco blocos de Parcerias Público-Privadas (PPPs), abrangendo mais 41 municípios. A população dessas cidades, mais a atendida pela PPP da Região Metropolitana, contemplaria dois terços da população gaúcha com esgotamento sanitário", pondera Carvalho.
Ele se refere à PPP que já está em atividade em nove municípios da Região Metropolitana, que prevê investimentos de 1,7 bilhão. Conforme Carvalho, há ainda estudos sobre mais cinco blocos de PPPs, que somariam um total de R$ 4 bilhões em investimentos. Além disso, na possibilidade defendida pela Aeco, o Estado poderia destinar todo o valor arrecadado com a venda de 49% das ações da Corsan ao saneamento.
"No caso da venda do controle acionário, o governo estima arrecadar R$ 4 bilhões, dos quais apenas R$ 1 bilhão seria para capitalizar a Corsan. O resto iria para o caixa do governo", compara. Segundo Carvalho, a estatal teria capacidade de captar até R$ 18 bilhões.
O presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Anderson Trautman Cardoso, comemorou a autorização da venda da Corsan nas suas redes sociais. "Parabéns aos deputados que aprovaram a desestatização. No Rio Grande do Sul, apenas 32% da população tem esgoto tratado. Na área coberta pela Corsan, cai para 17%. Só com recursos públicos seria inviável universalizar os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário".
Representado os municípios gaúchos, o presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o prefeito de São Borja Eduardo Bonotto (PP), listou algumas demandas dos prefeitos. "Queremos tarifas justas, sem aumento real, apenas em relação à inflação. Queremos a manutenção da tarifa social, atendendo a população em vulnerabilidade social, que é quem mais precisa. E ainda uma maior participação dos municípios na venda da instituição".
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