A convenção do PP gaúcho é a pedra fundamental para a candidatura do senador Luis Carlos Heinze ao governo do Rio Grande do Sul em 2022. Assim definiu o próprio presidente nacional do partido, deputado federal André Fufuca.
Heinze já pode ser considerado como um pré-candidato ao Palácio Piratini. Um cenário em que ele não dispute as eleições no ano que vem é muito improvável, avaliam os líderes da sigla. Senador mais votado do Estado em 2018 com mais de 2 milhões de votos e quase 22% dos votos válidos, Heinze ainda tem mais 5 anos de Senado Federal e não perde o cargo para concorrer na majoritária.
“Hoje, o projeto da candidatura começa a engrenar. Podemos considerar como a pedra fundamental do projeto de governo na candidatura do nosso senador Heinze. Temos um partido muito organizado, unido, de estrutura política forte e acreditamos muito nesta candidatura”, afirmou Fufuca.
Com atuação ativa em Brasília, defendendo veementemente o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional e participando recorrentemente da CPI da Covid, Heinze quer ser o representante da direita gaúcha na disputa pelo Poder Executivo.
O presidente nacional do partido acredita que a corrida pela presidência da República deve pautar o debate nos estados. “A tendência é a polarização. Tanto com Bolsonaro quanto com o (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva, PT), a pauta nacional vai ter muita força”, afirmou o deputado.
Há também uma grande expectativa sobre qual será o destino partidário do ocupante do Palácio da Alvorada. Depois de guerrear com a cúpula do PSL, partido pelo qual foi eleito, e falhar na criação de uma nova sigla, a Aliança Pelo Brasil (APB), Bolsonaro hoje não é filiado a nenhum partido - algo necessário para concorrer à reeleição.
Bolsonaro foi filiado ao PP entre 2005 e 2016, e a possibilidade de o atual presidente voltar para sua antiga sigla existe. “Até o presente momento não existe conversa nesse sentido. Mas tem rumores. O PP está de braços abertos”, afirmou Fufuca.
Um cenário em que Bolsonaro se filie ao PP seria um grande propulsor da campanha de Heinze. Uma dobradinha Bolsonaro-Heinze para a presidência da República e o governo do Estado, respectivamente, faria com que Heinze herdasse grande parte do voto bolsonarista que balizou as últimas eleições federais.
Há ainda outros dois prováveis candidatos que disputam o voto da direita gaúcha. O ministro Onyx Lorenzoni (DEM) e o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), também são cotados para disputar o Piratini em 2022.
Sobre esses outros dois nomes, Fufuca afirma que “o PP sempre foi parido aberto ao diálogo, e a candidatura do Heinze está de braços abertos para quem queira compor com a gente”.