O Parque Moinhos de Vento (Parcão), tradicional ponto de encontro de Porto Alegre, foi mais uma vez tomado por militantes em ato de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro, neste domingo (1º).
A pauta principal do protesto era o pedido pela volta no voto impresso no Brasil. Manifestações foram convocadas no País inteiro uma semana em que o presidente prometeu apresentar provas de que as eleições de 2014 e de 2018, esta na qual sagrou-se vencedor, foram fraudadas. Bolsonaro, em pronunciamento realizado na quinta-feira (29), contudo, não divulgou provas.
Um bom número de manifestantes interrompeu o tráfego na Av. Goethe para, além de exigir voto em papel, apoiar a campanha de Bolsonaro para a reeleição em 2022.
Além dos militantes a pé, um carro de som e um trio elétrico reproduziam músicas que exaltavam o presidente. Uma das organizações que puxou a manifestação foi A Banda Loka Liberal, que compôs uma canção no ritmo de torcidas de futebol da América do Sul especialmente para o ato: “Vamos brasileiros, aprovar o voto impresso, tudo que é contrário é retrocesso. O brasileiro está na rua, não aceita falcatrua, estamos preparados para a guerra."
Manifestações também foram registradas na cidade de São Paulo, do Rio de Janeiro e em outras capitais do País. Em Brasília, os participantes receberam um vídeo de Bolsonaro incentivando o protesto – e o presidente aproveitou a oportunidade para,
mais uma vez, colocar em dúvida a realização das eleições de 2022:
"Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição", discursou Bolsonaro, por vídeo, a militantes concentrados em frente ao Congresso Nacional.
Ainda em Brasília, os manifestantes exibiram cartazes a favor do voto impresso e contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Camisetas eram vendidas no local com o rosto de Bolsonaro e pedidos de voto impresso.
As frequentes declarações do mandatário têm elevado a crise entre o Planalto e os demais poderes, principalmente o Judiciário. Bolsonaro tem como um de seus alvos preferenciais o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, que defende a confiabilidade das urnas eletrônicas e
rechaça as acusações de que houve fraude em pleitos passados.