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Política

- Publicada em 24 de Julho de 2021 às 09:56

'Quero um partido para chamar de meu', diz Bolsonaro, que cogita filiação ao PP

O inquérito tem como objetivo investigar se Bolsonaro praticou irregularidades ao atacar Justiça Eleitoral sem apresentar provas

O inquérito tem como objetivo investigar se Bolsonaro praticou irregularidades ao atacar Justiça Eleitoral sem apresentar provas


Marcelo Camargo/Agência Brasil/Jc
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (23) que está a procura de um partido que possa controlar e afirmou que o PP é uma possibilidade de filiação. A sigla é comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do Centrão convidado para assumir a Casa Civil, principal ministério do Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (23) que está a procura de um partido que possa controlar e afirmou que o PP é uma possibilidade de filiação. A sigla é comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do Centrão convidado para assumir a Casa Civil, principal ministério do Palácio do Planalto.
"Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível", afirmou Bolsonaro em uma entrevista à Rádio Grande FM, de Mato Grosso do Sul, transmitida também por uma das redes sociais do presidente.
"Então, o PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa." Bolsonaro se aproximou ainda mais do Centrão em um momento de extrema fragilidade, quando se vê ameaçado por mais de cem pedidos de impeachment e pelo avanço da CPI da Covid sobre supostos casos de corrupção envolvendo o governo.
Além disso, o presidente e seu governo vêm assistindo a uma escalada de impopularidade. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje seu principal adversário, ampliou vantagem nas intenções de voto para 2022 e cravou 58% a 31% no 2º turno, segundo pesquisa mais recente do Datafolha.
Para levar Ciro Nogueira para o governo, Bolsonaro teve que deslocar o general Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral, e o atual titular da pasta, Onyx Lorenzoni, para o Ministério do Trabalho e da Previdência, que será recriado a partir de um esvaziamento do Ministério da Economia.
Na entrevista, Bolsonaro disse que a medida provisória que cria a nova pasta, permitindo o rearranjo na Esplanada dos Ministérios, já está pronta, mas só deve ser publicada após sua conversa presencial com Ciro Nogueira, o que está previsto para segunda-feira (26). Inicialmente, a expectativa era que o texto fosse publicado nesta sexta.
"Obviamente a medida provisória está pronta, mas só vou mandar para publicação depois que falar com ele [Ciro Nogueira]", afirmou.
Hoje o governo Bolsonaro tem 22 ministérios, 7 a mais do que os 15 prometidos na campanha eleitoral de 2018 -sob a gestão de Michel Temer (MDB), seu antecessor, eram 29 pastas. A administração atual chegou a ter 23, mas o Banco Central perdeu este status com a aprovação de sua autonomia.
Um dos objetivos da troca é organizar a base do governo e dar mais visibilidade a ações de Bolsonaro que serão tomadas daqui em diante, como a reformulação do Bolsa Família, considerada peça-chave para a campanha à reeleição em 2022.
Antes de ficar fragilizado e se ver obrigado a se unir ao grupo de partidos que têm como uma das principais características o fisiologismo, Bolsonaro e aliados recriminavam o Centrão e a prática do toma lá, dá cá.
"Qual é a nossa proposta? É indicar as pessoas certas para os ministérios certos. Por isso, nós não integramos o Centrão", disse o candidato Bolsonaro, em propaganda política antes de assumir a Presidência.
"Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão", cantou na campanha de 2018 o hoje ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno.
Para atender o Centrão, o governo faz promessas de liberação de bilhões em emendas parlamentares e agora prepara até a recriação de ministérios, contrariando outro discurso da campanha, o do enxugamento da máquina pública.
Na sexta entrevista concedida apenas nesta semana, numa nova estratégia de comunicação para tentar se recuperar nas pesquisas, Bolsonaro também defendeu o nome de seu advogado-geral da União, André Mendonça, como ministro do Supremo Tribunal Federal.
Mendonça, o "terrivelmente evangélico" de Bolsonaro, vem enfrentando resistência no Senado, Casa que precisa sabatiná-lo e aprovar sua indicação para que ele possa ingressar na corte.
"Da minha parte, sempre tem um critério técnico. O André Mendonça preenche em tudo no tocante ao conhecimento da questão jurídica no Brasil", disse Bolsonaro.
"Agora, eu queria somar a isso a questão de ser evangélico. Falei, antes até da campanha, na pré-campanha, que eu indicaria um terrivelmente evangélico para o Supremo. Eu não estou misturando política, justiça e religião, mas acredito eu, como sou cristão, que o perfil adequado neste momento seria este, além de eu cumprir um compromisso de campanha", afirmou o presidente.
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