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Política

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 13:37

Na CPI, médico que defende cloroquina diz ser contra autotratamento e kit Covid

Depõem à CPI nesta sexta os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves

Depõem à CPI nesta sexta os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
Agência Estado
O médico Francisco Eduardo Cardoso Alves afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ser "absolutamente contra" o autotratamento contra a Covid-19. O depoimento desta sexta-feira (18) também conta com a presença do médico Ricardo Ariel Zimerman.
O médico Francisco Eduardo Cardoso Alves afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ser "absolutamente contra" o autotratamento contra a Covid-19. O depoimento desta sexta-feira (18) também conta com a presença do médico Ricardo Ariel Zimerman.
"Quem defende a medicina não pode defender o autotratamento ou kit Covid", reforçou. Segundo ele, o acompanhamento da doença deve ser realizado com um médico.
Cardoso Alves disse desconhecer o termo "kit Covid" pois não é algo que faz em sua prática clínica. "Em todo mundo que trata pacientes de Covid não faz. Paciente tem que ter um médico ali do lado, o dia inteiro", declarou nesta sexta-feira. Em sua avaliação, além do autotratamento, a prescrição ou divulgação de eficácia de tratamento fora do ambiente médico também não é correta.
Defensor do uso de medicamentos não comprovados cientificamente para o tratamento contra a Covid, Cardoso Alves afirmou que devem ser ouvidos todos os lados no combate à doença. Segundo ele, mesmo quando saíam estudos sobre a eficácia de corticoides no tratamento do vírus, foram tratados como charlatães por membros da sociedade médica brasileira.
"Quantos pacientes morreram sem corticoide nesse País?", questionou o médico. "Por isso que eu falo, a ciência é dinâmica, a ciência muda, a gente tem que evitar posições firmes. A gente tem que sempre ter abertura para ouvir todos os lados porque nem sempre aquilo que aparece é verdade".
O médico ainda reforçou críticas à politização do tratamento médico na Covid-19 e afirmou que o termo tratamento precoce é um erro. "Existe tratamento", apontou, que, segundo ele, deve ser iniciado com os primeiros sintomas da doença. Para o médico, ainda há um "mix de preconceitos concebidos, risco de desconhecimento ou insistência no erro" sobre o assunto. Na defesa do uso de outros medicamentos, Cardoso Alves ainda afirmou que a "vacina não pode ser a única estratégia usada".

Médicos negam conflito de interesse

No depoimento, Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves negaram a existência de conflito de interesse pela defesa de tratamentos com remédios não cientificamente comprovados no tratamento da Covid-19. Apesar da negativa de conflito, "nem político nem econômico", o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), interferiu e ironizou a negativa: "Não tem conflito de interesses, foram convidados pelo Weintraub (para a OEA)".
Os dois médicos foram nomeados como assessores da Secretaria de Segurança Multidimensional da Organização dos Estados Americanos (OEA), pasta comandada por Arthur Weintraub. A pergunta de Aziz foi criticada pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que apontou que o presidente da sessão estava acusando os médicos.
"Se eu não puder perguntar aqui, vou me retirar", rebateu Aziz frente à acusação de Rogério.Zimerman respondeu que, até o momento, recebeu apenas R$ 10 mil do Ministério da Saúde via Organização Pan-Americana da Saúde. "O que é totalmente lícito e legítimo", pontuou. No entanto, segundo ele, foi noticiado pela imprensa que o valor foi de R$ 30 mil.
Para Zimerman, a politização "causa surpresa porque não sou filiado a nenhum partido político". Já Cardoso Alves reiterou a ausência de conflito de interesse. "Inclusive, se eu fosse assessor da OMS (Organização Mundial da Saúde) ou da comissão da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) eu estaria aqui com a mesma isenção. Não recebo nenhuma remuneração por isso e não tenho nenhum motivo para esconder, tanto que tornei público pelas minhas redes o meu convite da secretaria da OEA".
"Entendo que alguns possam pensar assim, mas não, não tenho nenhum conflito", reiterou Cardoso Alves. "Eu trabalho pelo Brasil", afirmou.
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