Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 08 de Junho de 2021 às 14:59

'Ainda estamos na 2ª onda e com platô elevado de casos', diz Queiroga na CPI

'Minha esperança para conter isso é a vacina', afirmou o ministro da Saúde durante depoimento

'Minha esperança para conter isso é a vacina', afirmou o ministro da Saúde durante depoimento


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
Agência Estado
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "até o momento, não está caracterizada a terceira onda" de contaminações pela Covid-19 no País. "Estamos ainda nessa segunda onda com um platô elevado de casos e a minha esperança para conter isso é a vacina", disse o ministro à CPI da Covid no Senado nesta terça-feira (8).
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "até o momento, não está caracterizada a terceira onda" de contaminações pela Covid-19 no País. "Estamos ainda nessa segunda onda com um platô elevado de casos e a minha esperança para conter isso é a vacina", disse o ministro à CPI da Covid no Senado nesta terça-feira (8).
"Até bem pouco tempo os Estados, os municípios, eles tinham uma restrição maior do movimento da população e estavam fechados. Houve uma abertura. Com essa abertura, há uma tendência de novos casos e isso faz com que haja um aumento dos óbitos", afirmou. "Outro ponto é a estação climática que vivemos onde há uma tendência maior de circulação do vírus", completou Queiroga.
Sobre o contenção do avanço da doença no Brasil, o ministro afirmou que a cada duas semanas há uma reunião do gabinete de crise da qual participa o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Com o presidente (Jair Bolsonaro) despacho sempre com ele, pelo menos uma vez por semana estou com o presidente especificamente para tratar sobre saúde", completou.

Copa América

Marcelo Queiroga voltou a dizer que a realização da Copa América no Brasil não foi decidida por ele ou pelo Ministério da Saúde. Em depoimento à CPI, o ministro afirmou, entretanto, que avaliou os protocolos para a realização da competição esportiva. Na segunda-feira (7), o Ministério da Saúde apresentou os protocolos para a realização do evento, entre os quais se inclui a testagem das equipes a cada dois dias para a detecção eventual do novo coronavírus.

Sessão suspensa é suspensa após bate-boca

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), precisou suspender por dez minutos a sessão em razão de uma discussão acalorada entre Queiroga e o senador Otto Alencar (PSD-BA). Apesar do ministro já ter demonstrado irritação em outros momentos da oitiva, o debate foi o mais acirrado até agora.
O bate-boca começou após o senador perguntar se Queiroga tinha lido as bulas das vacinas contra Covid-19 aplicadas no País, recebendo uma resposta negativa. Otto classificou o ato como "irresponsável".
Ao questionar a escolha do ministério sobre o período de aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer, Alencar esquentou o interrogatório de Queiroga, e o tom do ministro também se elevou. "Vossa excelência não pode querer desqualificar a autoridade sanitária do Brasil por ter lido ou não uma bula", respondeu Queiroga ao senador. "O senhor está levantando a voz para mim", rebateu Alencar. "Não estou não", disse Queiroga.
A vacinação de gestantes também gerou uma discussão entre o ministro e o senador. Foi quando Aziz precisou intervir e suspender a sessão.
"Me fala a verdade, ministro. A ciência não pode mentir", disse Alencar. "Eu sempre falo a verdade", respondeu Queiroga. "Não fala, não", rebateu o senador, que chamou o programa de imunização no Brasil de "pseudovacinação". Irritado, Queiroga retrucou. "Apliquei 70 milhões de vacinas pelo Brasil", disse o ministro, que pediu que Aziz colocasse "ordem" na sessão.
Antes de fazer as perguntas ao ministro, Alencar exibiu um vídeo com episódios em que o presidente Jair Bolsonaro foi "grosseiro" ao se dirigir a mulheres. A exibição foi uma resposta aos que criticaram o tratamento dado pelo senador à médica Nise Yamaguchi durante depoimento na CPI, entre eles, Bolsonaro. "Não fui grosseiro com a doutora Nise", disse Alencar.

Vacinas

O ministro da Saúde afirmou aos senadores que as vacinas russas Sputnik V, contratadas pelo consórcio de governos estaduais do Nordeste, serão incorporadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e os Estados que fizeram a contratação serão ressarcidos pela compra. Durante depoimento à CPI da Covid, Queiroga, entretanto, destacou a necessidade da realização de estudos de efetividade do imunizante.
Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação da vacina em caráter excepcional e temporário. Na decisão, o órgão regulador limitou o uso do imunizante a até 1% da população. "Me parece que é um volume pequeno. Muito menor do que nós desejávamos", afirmou Queiroga.
O ministro também destacou que a velocidade das entregas das vacinas pelo Consórcio Covax têm sido "lentas" e isso atrasaria a obtenção das metas de vacinação. Outros pontos destacados por Queiroga foram o atraso na importação de insumos da China e o avanço da imunização em grupos com comorbidades, segundo o ministro, em velocidade inferior à de outros grupos anteriores.

Imposição do governo

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse à CPI da Covid no Senado que não há imposição do governo federal ou do presidente Jair Bolsonaro para a manutenção de nenhum secretário da pasta. Em especial, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, defensora de tratamentos contra a Covid-19 sem eficácia comprovada.
"Já falei qual é a função da doutora Mayra. A questão de ter um representante da secretaria de Gestão do Trabalho na Conitec não quer dizer que a doutora Mayra será essa representante. No meu entendimento, a doutora Mayra tem uma posição bem clara e definida sobre esse assunto e, se fosse eu que estivesse ali, me declararia impedido de atuar", disse Queiroga, que negou ter feito essa sugestão à médica ou atuado para impedir a participação dela.
Sobre a demissão de outra médica, a infectologista Luana Araújo, favorável às medidas de contenção da disseminação da Covid-19, o ministro disse que a decisão de não mantê-la no cargo foi dele. "Quem faz essa decisão a respeito do Ministério da Saúde sou eu. A decisão foi minha", afirmou Queiroga sobre a não efetivação da médica na recém-criada secretaria de combate à Covid-19.
Segundo Queiroga, a médica não traria "a conciliação entre os médicos", alguns dos quais defendem medidas sem comprovação científica que poderiam agravar o surto da doença no País. O ministro também afirmou que a ex-secretária não mentiu quando disse à CPI que sua nomeação não aconteceu por falta de "validação política".
Durante o depoimento, Queiroga defendeu o presidente Jair Bolsonaro. "O presidente da República é preocupado com a questão sanitária no Brasil, tem apoiado as ações do Ministério da Saúde, sobretudo em relação à campanha de vacinação. O presidente assinou no Ministério da Saúde um acordo de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fiocruz que é um fato muito importante para o Brasil e o fortalecimento do complexo industrial da Saúde", disse. "Nós temos avançado. É necessário que se reconheça isso", completou Queiroga.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO