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Política

- Publicada em 25 de Maio de 2021 às 12:29

Mayra diz não ter recebido informações sobre falta de oxigênio em Manaus

'Finalidade da viagem a Manaus foi fazer relatório de prospecção', disse ela

'Finalidade da viagem a Manaus foi fazer relatório de prospecção', disse ela


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
Agência Estado
Atualizada às 13h15min de 25 de maio de 2021
Atualizada às 13h15min de 25 de maio de 2021
Em depoimento à CPI da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que não soube de problemas de abastecimento de oxigênio em Manaus enquanto esteve na capital amazonense entre os dias 3 e 5 de janeiro.
"Finalidade da viagem a Manaus foi fazer relatório de prospecção", disse ela. "Não houve percepção que faltaria. Pelo que tenho de provas é que tivemos comunicação por parte da secretaria estadual que transferiu ao ministro e-mail da White Martins dando conta sobre problema na rede de abastecimento".
Sobre a crise local, Mayra alegou que a situação era "extraordinária" e que seria impossível fazer previsão sobre a falta do produto.
"Situação de caos, é impossível fazer previsão de quanto se usaria a mais, passaram de 30 mil metros cúbicos para 80 mil cúbicos", afirmou Mayra, que disse ainda não ter atuado da força-tarefa de obtenção de oxigênio. "Eu não estava mais em Manaus".
Segundo a secretaria, a escolha de seu nome para ir a Manaus no início de janeiro se deu por ela estar no ministério desde o início do governo. Mayra disse ainda que, desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde deu continuidade aos trabalhos. "Todas as ações tiveram grandes contribuições em momentos diferentes".
Mayra Pinheiro também afirmou que na sua atuação junto ao Ministério para combater o colapso de Saúde no Estado do Amazonas no ano passado, foram realizadas ações que "vão muito além" de sua competência.
Segundo a secretária, questionada se a sua visita foi útil para evitar mortes no Estado, todo o trabalhos dos técnicos do Ministério foi "marcante" para a Amazônia, destacando que sua atuação garantiu o aumento da ampliação da oferta de leitos, do transporte de oxigênio, do fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e de medicamentos para intubação, entre outros. Maya, contudo, negou que fosse de sua responsabilidade negociar a doação de oxigênio da Venezuela, afirmando não participar desse tipo de tratativa.
A médica também não abandonou sua defesa a medicamentos sem a eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. Para a secretária "todos os recursos tem que ser utilizados", afirmando que a orientação para o uso dos medicamentos fora de bula é para todos os médicos brasileiros, não apenas os de Manaus. "Numa situação de guerra nós lançamos mão de todas as evidências disponíveis desde que a gente esteja diante de medicamentos seguros", explicou.
A secretária também disse que trabalhou para transferência de pacientes de Covid-19 em Manaus para outros Estados, mas que não participou do transporte de nenhum paciente adulto. "Eu participei da tentativa de transportes de crianças da UTI neonatal, não participei dos transportes de adultos", afirmou Mayra - que negou saber quantas pessoas tenham morrido durante o transporte.

Pazuello tinha conhecimento sobre Manaus

No depoimento, Mayra afirmou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teve conhecimento do desabastecimento do oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro. Segundo ela, ao saber do caso, Pazuello a teria questionado sobre o desabastecimento, o qual Mayra afirmou não ter sido comunicada durante sua visita a Manaus.
A informação, no entanto, diverge das prestadas pelo ex-ministro Pazuello. Em depoimento à CPI na última quarta-feira (19), Pazuello disse que foi informado sobre a falta de oxigênio em Manaus apenas na noite do dia 10 de janeiro.
"No dia 8 de janeiro, seis dias antes, nós já tínhamos iniciado o transporte aéreo de oxigênio para Manaus. Eu tomei conhecimento de riscos em Manaus no dia 10, à noite, numa reunião com o governador e o secretário de Saúde, quando eles me passaram as suas preocupações que estavam com problema logístico sério com a empresa White Martins", afirmou Pazuello à CPI.

Cloroquina e imunidade de rebanho

Mayra Pinheiro afirmou estar "pacificado" o consenso de que a cloroquina não deve ser adotada no uso hospitalar. Segundo a secretária, contudo, o medicamento deve ser usado no início da doença, ainda em sua fase de transmissão, apesar de estudos demonstrarem que o medicamento não tem eficácia contra a Covid-19.
Mayra Pinheiro negou também que tenha feito a defesa da teoria da "imunidade de rebanho" através da contaminação da população. "Eu nunca fiz defesa da imunidade de rebanho, quando eu me referi a ela, no vídeo que o senador Renan trouxe aqui, eu me referi às crianças", disse, afirmando que crianças deveriam permanecer indo a escolas por ter baixa transmissão da doença. Mayra também afirmou manter a posição pelo uso de "todos os recursos possíveis" para tratar pacientes com Covid-19 sobre declarações dadas por ela sobre o uso da hidroxicloroquina em crianças e adolescentes.
"A Anvisa só recomenda medicamento cujo tratamento está indicado em bula. Mantenho a orientação de que se pode usar todos os recursos possíveis para salvar vidas. Sociedades dão opiniões, não definem orientação do Ministério da Saúde", disse.
Na esteira de questionamento da senadora Eliane Gama (Cidadania-MA), a secretária negou ter se reunido com o presidente da república, Jair Bolsonaro, para tratar de questões relativas à sua pasta. Segundo ela, só se reunia com o presidente em eventos públicos do Palácio do Planalto quando era convidada pelo Ministério da Saúde. Negando inclusive ter se sentado com Bolsonaro para realizar qualquer despacho. "Os secretários não fazem despacho com o presidente da república. o ministro faz", afirmou.
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