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Política

- Publicada em 18 de Maio de 2021 às 13:22

Na CPI, Ernesto Araújo afirma que Bolsonaro atuou na importação de hidroxicloroquina

Ex-chanceler afirmou que o pedido partiu da Saúde, mas que houve participação de Bolsonaro

Ex-chanceler afirmou que o pedido partiu da Saúde, mas que houve participação de Bolsonaro


EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO/JC
Em depoimento à CPI da Covid-19, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que o pedido para que o Itamaraty procurasse viabilizar a importação da hidroxicloroquina partiu do Ministério da Saúde. No entanto, reconheceu que houve participação do presidente Jair Bolsonaro.
Em depoimento à CPI da Covid-19, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que o pedido para que o Itamaraty procurasse viabilizar a importação da hidroxicloroquina partiu do Ministério da Saúde. No entanto, reconheceu que houve participação do presidente Jair Bolsonaro.
Ernesto era questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a mobilização dos postos diplomáticos para obter a importação da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo.
O ex-chanceler então explicou que o estoque brasileiro estava baixo e que o medicamento é também importante para o tratamento de outras doenças. Ernesto foi então questionado de onde partiu o pedido para a importação.
"No caso, o Ministério da Saúde foi quem nos pediu que procurasse viabilizar essa importação", relatou.
Renan então perguntou se Ernesto havia discutido com outras autoridades a situação.
"Não. Eu não me recordo não. Enfim, houve, claro, houve. Não foi exatamente um pedido para implementar esse pedido do Ministério da Saúde, mas o Presidente da República ele, em determinado momento, pediu que o Itamaraty viabilizasse um telefonema dele com o Primeiro Ministro [da Índia]", disse o ex-chanceler.
Renan então perguntou diretamente se houve participação do presidente da República.
"Sim", respondeu Ernesto. "O presidente, vamos dizer...", complementava o ex-chanceler, quando foi interrompido pelo relator.

Eduardo e Filipe Martins auxiliavam Bolsonaro na condução da política externa

Araújo negou a existência de um "aconselhamento paralelo internacional" do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia, mas afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República, auxiliavam o mandatário nos assuntos ligados à política externa.
"Não havia aconselhamento paralelo internacional de que não tenha atribuição para fazê-lo. É claro que o presidente tem assessores na área internacional com os quais se aconselha sobre temas da política internacional", disse.
Segundo Ernesto, Eduardo exerceu papel como presidente da Comissão das Relações Exteriores na Câmara e Martins, atuava "dentro das suas atribuições", aconselhando o presidente como assessor internacional.
"[Eu] Conversava muito frequentemente com o Filipe Martins, o que é natural e extremamente útil na execução de uma política externa entre o chanceler e o assessor internacional do presidente. Tivemos momentos no passado em que havia rivalidades e divergências entre os chanceleres e os assessores internacionais que prejudicaram a política externa de outros presidentes. Tinha um relacionamento fluido com o Filipe Martins", relatou Ernesto.
O ex-ministro ainda afirmou que "é possível" que Martins tenha dado opiniões sobre vacinas. Martins e Eduardo são alunos do escritor Olavo de Carvalho, que já fez críticas à China.
Folhapress
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