Luciana enviou ofício ao governador Eduardo Leite defendendo a medida para evitar que unidades demorem a chegar à população. O expediente seria importante, segundo a deputada, ainda mais agora que a quantidade de vacinas entregues ao Estado aumentou e deve acelerar.
"Precisamos saber o que está acontecendo e ter uma resposta concreta a este problema", argumenta a parlamentar, na nota.
Nesta segunda-feira (29), o
Instituto Butantan informou que entregou mais 5 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde, que deve despachar às unidades da federação esta semana ainda. A nova remessa pode significar a maior quantidade a ser recebida pelo Estado desde o fim de janeiro, quando começou a campanha de vacinação.
Até agora foram 10 remessas, somando 2,2 milhões de doses. Deste total, 2,14 milhões de unidades foram enviadas aos 497 municípios gaúchos, de acordo com a população alvo, que agora é de grupos prioritários. Nesta segunda, o vacinômetro indica que 1,34 milhão de imunizantes haviam sido aplicados.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) atribuiu o volume que não teria ainda sido ministrado à demora na atualização de dados pelos municípios, que têm 48 horas para inserir os registros no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), aos lotes reservados para a segunda dose e a dificuldades estruturais das áreas da saúde de algumas localidades para fazer a atualização.
A sobrecarga de atendimento da pandemia acaba limitando a oferta de profissionais para atuar na imunização e até mesmo na inserção de dados. O Departamento de Atenção Básica e Políticas de Saúde da SES está verificando com as prefeituras os casos mais críticos.
"Não é possível que tenhamos um estoque de vacinas paradas no pior momento da pandemia”, previne a deputada do PSOL. "Se já estamos enfrentando problemas de vazão com menos doses, a tendência, com a aceleração das remessas, é o agravamento do quadro – algo que não podemos permitir em hipótese alguma", acrescentou em nota enviada ao JC.
A coordenadora do Departamento de Atenção Primária, Ana Costa, reforça que "vacinar o mais rápido possível, esta é a ordem". Ana disse que é preferível que falte vacina:
"A gente prefere ficar sem vacina do que ficar com vacina parada".
Ana informou que foram feitas reuniões com universidades em busca de apoio para ampliar a capacidade de vacinação, com envolvimento de estudantes que estão na etapa final de formação e podem auxiliar.
A SES também incentiva que os municípios busquem voluntários, como aposentados em áreas da saúde, e outras formações para reforçar as equipes como farmacêuticos, dentistas, fisioterapeutas e biomédicos. Além disso, é orientado que se amplie os horários e os dias da campanha, como estender para os domingos, o que já vem ocorrendo em algumas localidades.
Em nota divulgada no site do governo estadual nesta segunda-feira, a pasta apelou para que as localidades não parem de vacinar no feriadão da Semana Santa.
"Os municípios não podem ficar sequer um dia sem vacinar”, apelou a secretária estadual dda Saúde, Arita Bergmann, na publicação no site do governo.
Lotes de vacinas recebidos pelo Rio Grande do Sul
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Doses recebidas pela SES: 2.216.450
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Doses distribuídas aos municípios: 2.142.155
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Doses aplicadas (1ª e 2ª): 1.310.766
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Doses aplicadas do total distribuído: 61,2%
Fluxo de chegada dos lotes mês a mês
Janeiro: 511,2 mil doses
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Dia 18 (1): 341,8 mil doses da Coronavac
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Dia 24 (2): 116 mil doses de Oxford/AstraZeneca
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Dia 25 (3): 53,4 mil doses da Coronavac
Fevereiro: 412,4 mil doses
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Dia 7 (4): 193,2 mil doses da Coronavac
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Dia 24 (5): 135 mil doses de Oxford/AstraZeneca e 84,2 mil doses da Coronavac
Março: 1.292.850 mil doses
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Dia 3 (6): 174,8 mil doses da Coronavac
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Dia 9 (7): 187,8 mil doses da Coronavac
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Dia 17 (8): 318,2 mil doses da Coronavac
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Dia 20 (9): 285,8 mil doses da Coronavac e 36,25 mil doses de Oxford/AstraZeneca
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Dia 26 (10): 227,4 mil doses da Coronavac e 62,6 mil doses de Oxford/AstraZeneca
Fonte: Vacinômetro RS