Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 15 de Março de 2021 às 14:05

Médica Ludhmila Hajjar confirma ter recusado convite para assumir Pasta da Saúde

País "paga o preço, correndo atrás de uma maneira tardia, com muita gente morrendo', disse

País "paga o preço, correndo atrás de uma maneira tardia, com muita gente morrendo', disse


MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL/JC
Agência Estado
A cardiologista Ludhmila Hajjar rejeitou ser a quarta chefe do Ministério da Saúde em plena pandemia. A médica alegou motivações "técnicas" e disse que tem "divergências" com o presidente Jair Bolsonaro em temas como uso de medicamentos do "kit Covid", como a cloroquina, e adoção de medidas mais restritivas e até um lockdown para reduzir a circulação do vírus. Ela se reuniu ontem com Bolsonaro e comunicou nesta segunda-feira (15) a sua decisão, em novo encontro no Palácio do Planalto.
A cardiologista Ludhmila Hajjar rejeitou ser a quarta chefe do Ministério da Saúde em plena pandemia. A médica alegou motivações "técnicas" e disse que tem "divergências" com o presidente Jair Bolsonaro em temas como uso de medicamentos do "kit Covid", como a cloroquina, e adoção de medidas mais restritivas e até um lockdown para reduzir a circulação do vírus. Ela se reuniu ontem com Bolsonaro e comunicou nesta segunda-feira (15) a sua decisão, em novo encontro no Palácio do Planalto.
"Assuntos como cloroquina, como se acredito em lockdown, são secundários, não deveriam estar sendo discutidos. Lockdown é demonstrado cientificamente que salva vidas", disse Hajjar à CNN. "Até o momento, o Brasil errou no combate à pandemia. Precisa de uma virada de entendimento, de ações", emendou.
Segundo ela, o País hoje "paga o preço, correndo atrás de uma maneira tardia, com muita gente morrendo. Faltou um discurso único de alinhamento. Faltaram de fatos medidas eficientes e agora precisa mudar", afirmou a médica. Para ela, o perfil ideal para o novo ministro é alguém que compreenda de saúde pública, tenha vivência na área e que ao mesmo tempo seja uma pessoa hábil para unir o Brasil.
Ela já havia comunicado a autoridades que defendiam seu nome que não aceitaria o posto hoje ocupado atualmente pelo general Eduardo Pazuello. Hajjar recebeu apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Auxiliares do presidente viram a nomeação da cardiologista como uma chance de mudar a narrativa sobre a pandemia. O governo Bolsonaro está sob pressão pela alta de mortes, explosão de internações e atrasos na campanha de vacinação.
Na reunião com o presidente, segundo interlocutores, ficou claro a médica e o presidente têm visões opostas sobre a resposta à Covid-19. Jair Bolsonaro é um defensor de medicamentos sem eficácia, como a cloroquina, tratamento que a médica critica abertamente. Para aceitar o cargo, ela também tinha a intenção de montar uma equipe própria na pasta, mas o presidente mantém controle sobre as ações da saúde na pandemia.
As conversas sobre a substituição de Pazuello ganharam força no fim de semana. Ainda são cotados para o cargo nomes como o do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), aliado de Lira, e o médico Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A leitura de uma autoridade que acompanha as discussões é que ambos devem receber apoio do Congresso e de auxiliares do presidente, mas podem parar no filtro de Bolsonaro ao cargo - pois também têm opiniões distintas às do mandatário sobre o combate à pandemia.
A saída de Pazuello da Saúde foi um dos pontos tratados em reunião de Bolsonaro com o próprio general, além dos ministros Braga Neto, da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Fernando Azevedo, da Defesa, no sábado, 13.
Para além da pressão do Congresso, a inviabilidade de Pazuello no cargo passa, ainda, pelas investigações do Supremo Tribunal Federal, que apura seus atos e eventuais responsabilidades pela crise generalizada no sistema de saúde. Ao deixar de ser ministro, Pazuello perde, inclusive, o foro privilegiado e o caso deverá ser encaminhado para a primeira instância da Justiça Federal.
Oficialmente, o governo deve alegar que Pazuello está cansado e que pediu para ser substituído. Em nota no fim da tarde de ontem, porém, o general disse que segue ministro e que não está doente, como chegou a ser ventilado: "não estou doente, não entreguei o meu cargo e o presidente não o pediu, mas o entregarei assim que o presidente solicitar. Sigo como ministro da Saúde no combate ao coronavírus e salvando mais vidas".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO