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Política

- Publicada em 10 de Março de 2021 às 21:18

MEC nomeia professora ligada ao Escola Sem Partido para área de livros didáticos

MEC nomeia professora ligada ao Escola Sem Partido para área de livros didáticos

MEC nomeia professora ligada ao Escola Sem Partido para área de livros didáticos


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
Agência Estado
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, nomeou uma professora ligada do movimento Escola sem Partido para a coordenação dos materiais didáticos. A nomeação de Sandra Ramos, que também é crítica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - documento que indica os objetivos de aprendizagem -, foi publicada no Diário Oficial da União.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, nomeou uma professora ligada do movimento Escola sem Partido para a coordenação dos materiais didáticos. A nomeação de Sandra Ramos, que também é crítica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - documento que indica os objetivos de aprendizagem -, foi publicada no Diário Oficial da União.
Sandra Ramos é professora do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Ela é ligada ao movimento Escola Sem Partido, que afirma haver doutrinação política nos colégios. Também já fez críticas, sob a perspectiva conservadora cristã, à BNCC.
Há nove meses, a professora participou de um vídeo ao vivo com Miguel Nagib, fundador do Escola sem Partido, para explicar seu posicionamento na UFPI. No vídeo, Sandra disse pesquisar a ideologia de gênero - termo que não é reconhecido na comunidade acadêmica - nos livros didáticos e diz que há uma "minoria ruidosa" que se mantém na posição de defesa de ideologias político-partidárias.
Já em texto publicado no blog De olho no livro didático, Sandra Ramos analisa a BNCC por uma "perspectiva conservadora cristã". Entre outros pontos, a publicação defende que as escolas discutam a diversidade das espécies com base também na teoria criacionista e sugere a retirada de menção às culturas africanas e indígenas no documento.
A publicação no blog diz ainda que é preciso "retirar todas as ideias, premissas e estratégias pedagógicas da ideologia de gênero" na BNCC. Além de Sandra, o texto, de 2018, é assinado pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, Orley José da Silva, especialista em Ciências da Religião, e Viviane Petinelli, pós-doutora em Ciência Política.
Sandra Ramos vai integrar a Diretoria de Articulação e Apoio às Redes de Educação Básica da Secretaria de Educação Básica do MEC. A nomeação foi criticada nesta quarta por entidades estudantis e especialistas em Educação. "Querem deturpar a história do Brasil e impedir que os estudantes tenham acesso ao conhecimento", escreveu Rozana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) no Twitter.
"A nova coordenadora-geral dos livros didáticos no MEC é colaboradora do Escola Sem Partido, movimento que incentiva a perseguição a professores. A boiada está passando", comentou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação. O Estadão não conseguiu contato com a professora Sandra Ramos. Procurado, o MEC não se manifestou.
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