O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), esteve ontem da Câmara Municipal e provocou os vereadores a contribuir no enfrentamento das dificuldades do sistema de transporte público da cidade em fala durante a sessão plenária. Melo falou sobre saídas para dar viabilidade do sistema, que passa por uma grave crise, com perda de passageiros.
Para o prefeito, existem, hoje, três questões sobre o transporte de Porto Alegre: o sistema requer dinheiro público, quer diminuir a operação e quer aumentar a passagem. "Cabe a nós dividir com vocês essas preocupações. O remédio para os três temas é muito amargo", afirmou, citando que uma das opções é diminuir o número de cobradores, o que é "um tema sensível".
Em 2020, ainda sob o governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), o Legislativo rejeitou projeto de lei do Executivo que retirava a obrigatoriedade da presença de cobradores em dias e horários específicos. A revisão das isenções também foi defendida como uma das alternativas para baratear o custo da passagem e garantir mais usuários para o sistema de transporte coletivo.
Para Melo, não é justo que as isenções levem em consideração apenas critérios como idade e condição de estudante, ignorando a condição financeira de cada família. "A gente quer discutir com vocês todas as alternativas", afirmou.
O prefeito destacou, ainda, que para colocar dinheiro público no sistema, as empresas terão de aceitar repactuar o contrato. Para Melo, algumas opções que devem ser discutidas são a integração das lotações ao sistema de ônibus, bem como a possibilidade do usuário usar o cartão TRI no modal; a utilização de veículos menores em linhas e horários com menor demanda e a redução da passagem em horários de pouco movimento para incentivar a utilização do ônibus.
Melo informou aos vereadores que irá a Brasília hoje, quando conversará com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pela manhã, e com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à tarde. "Vou pedir para tirar todos os impostos sobre o transporte urbano", antecipou, dizendo que não é certo o transporte coletivo arcar com uma carga tributária superior à do transporte privado.