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Câmara dos Deputados

- Publicada em 19 de Janeiro de 2021 às 03:00

Câmara decide que a eleição será presencial

Os 513 deputados federais devem escolher novo presidente da Casa

Os 513 deputados federais devem escolher novo presidente da Casa


LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Após pressão do bloco do Centrão, a Câmara dos Deputados decidiu ontem que a eleição para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) será no dia 1º de fevereiro, em uma votação presencial. A decisão foi tomada em reunião da Mesa da Casa. A definição contraria Maia, que defendia um pleito no dia 2 de forma eletrônica.
Após pressão do bloco do Centrão, a Câmara dos Deputados decidiu ontem que a eleição para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) será no dia 1º de fevereiro, em uma votação presencial. A decisão foi tomada em reunião da Mesa da Casa. A definição contraria Maia, que defendia um pleito no dia 2 de forma eletrônica.
A Câmara tem 513 deputados e nas últimas eleições a votação ocorreu dentro do plenário da Casa, que é um ambiente fechado à ventilação externa, sem janelas, propício para transmissão do coronavírus. Para esta eleição, que ocorrerá em meio à nova alta de casos de Covid-19, parlamentares estudam colocar urnas no salão verde e outras salas da Câmara e promover uma votação com horários pré-estabelecidos para grupos de deputados e no esquema "drive-thru".
A definição do dia e da forma da votação teve um placar apertado, de 4 votos a 3. A decisão representa uma vitória para o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Geralmente é dia 2, mas não sei por que parte dos membros da Mesa entendeu que teria de ser dia 1º. Acho que vai acabar sendo dia 1º à noite, seria melhor começar dia 2 pela manhã. Mas isso não é o maior problema. E se decidiu por maioria, contra o meu voto, não ter nenhuma flexibilidade de votação remota para os grupos de risco", disse Maia em entrevista após a reunião. "Temos de mobilizar mais de 2 mil funcionários, tem a imprensa, de alguma forma é uma circulação mínima de 3 mil pessoas no dia", observou o deputado.
Para evitar aglomerações no dia da votação, Maia queria que a votação ocorresse no dia 2, um dia depois do pleito no Senado, e de forma virtual. Com a resistência de líderes partidários, ele chegou a sugerir que pelo menos grupos de risco votassem de forma virtual.
Lira, no entanto, era contra e vinha fazendo críticas públicas a Maia. Segundo ele, o presidente vinha adotando posturas monocráticas e vinha perdendo a isenção para conduzir o processo de sua sucessão. O grupo de Lira, que é o candidato de Bolsonaro, argumentava que Maia queria promover no dia 2 para que o MDB no Senado pressionasse deputados federais a votarem em Baleia Rossi (MDB-SP), nome de Maia.
A tese era a de que, caso a senadora Simone Tebet (MDB-MS) sofresse uma derrota para o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o MDB iria fazer uma ofensiva na Câmara para garantir o controle de pelo menos uma das Casas.

Deputados reagem à fala de Bolsonaro sobre democracia

Deputados usaram suas redes sociais para comentar as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que afirmou ontem, em conversa com apoiadores no Palácio do Planalto, que "quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são suas Forças Armadas".
O ex-relator da reforma da Previdência, deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que o presidente instiga a opinião pública a fim de criar desordem. "É um irresponsável que cultiva o hábito de provocar a opinião pública, com o objetivo de criar confusão, porque é na confusão que ele pensa reinar. Quem garante a democracia é a Constituição", afirmou.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disse que o presidente está "derrotado e acuado na guerra da vacina", além de defender que, com as declarações, Bolsonaro "volta a flertar com o golpismo e o autoritarismo".
Rodrigo de Castro (PSDB), deputado federal por Minas Gerais, afirmou que o papel das Forças Armadas está definido pela Constituição. "A história nos mostra que toda vez que as Forças Armadas extrapolaram a sua missão, a experiência foi extremamente negativa", afirmou. Para o parlamentar, a democracia brasileira precisa ser fortalecida diariamente.