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Política

- Publicada em 25 de Novembro de 2020 às 16:53

A poucos dias da eleição, esquenta o clima da campanha à prefeitura de Porto Alegre

Propaganda de Manuela desagradou Melo, que registrou ocorrência, mas peça foi mantida pelo TRE

Propaganda de Manuela desagradou Melo, que registrou ocorrência, mas peça foi mantida pelo TRE


Thiago Machado/Arte JC
Fernanda Crancio
A quatro dias do segundo turno e após a divulgação de pesquisa eleitoral que comprova o acirramento da campanha para a prefeitura de Porto Alegre, os candidatos Manuela d´Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB) protagonizaram, nesta quarta-feira (25), um série de trocas de acusações via imprensa e redes sociais, que culminou com o registro de ocorrência policial, aviso de acionamento judicial e pedido de retirada de propaganda do ar.
A quatro dias do segundo turno e após a divulgação de pesquisa eleitoral que comprova o acirramento da campanha para a prefeitura de Porto Alegre, os candidatos Manuela d´Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB) protagonizaram, nesta quarta-feira (25), um série de trocas de acusações via imprensa e redes sociais, que culminou com o registro de ocorrência policial, aviso de acionamento judicial e pedido de retirada de propaganda do ar.
O fato que originou a discórdia foi um vídeo de campanha da candidatura de Manuela, veiculado na noite de terça-feira (24). Na propaganda, com duração de 30 segundos, é destacado o apoio do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, a Melo, e divulgado trecho da recente entrevista na qual o militar diz que não existe racismo no Brasil. Na mesma linha, liga a candidatura a Valter Nagelstein (PSD) - que disputou o cargo no primeiro turno e está com Melo na nova fase da eleição -, divulgando trechos de áudio no qual o ex-candidato critica a formação da nova bancada do PSOL na Câmara de Vereadores, constituída, segundo ele, "por negros e com pouquíssima qualificação formal". Ao final do vídeo, é destacada ainda a frase "Essa é a turma do Melo, converse com a tua turma e vote contra o racismo e a favor da igualdade".
A primeira reação do emedebista veio via Twitter, ainda na terça, logo após a exibição da propaganda. "A minha adversária passou de todos os limites ao me acusar de racismo. Com a minha biografia e os valores nos quais acredito, eu não posso me calar diante de tamanha injustiça. Jamais imaginaria que minha adversária chegasse a tão baixo nível para tentar ganhar uma eleição. Tomarei todas as medidas judiciais cabíveis para que esse tipo de calúnia nunca mais ocorra na política gaúcha. Eleição não é jogo de vale tudo", disse o candidato.
Já Manuela, rebateu o oponente no final da manhã desta quarta, também pela rede social. Ela disse que o emedebista tentava criar um fato eleitoral "diante da incapacidade de dizer que discorda das declarações literais de seus aliados" e afirmou que entrará com ação por dano moral, injúria, difamação, "e com denunciação caluniosa pelo boletim de ocorrência". "Seria tão mais simples dizer: não concordo com Mourão e Valter. Mas não, ele age contra mim que denuncio declarações racistas. Ele vai na delegacia pra tentar esconder seus aliados. Mas o povo tem o direito de saber quem são suas companhias", destacou. No meio da tarde, a mesma manifestação da candidata foi distribuída em nota oficial à imprensa.
Melo também tratou de divulgar fotos e vídeo seu e do vice Ricardo Gomes (DEM) em frente ao Palácio da Polícia, além de cópia da ocorrência policial, registrada no local por volta do meio-dia. "Com profunda tristeza, Ricardo e eu, acabamos de registrar o boletim de ocorrência no Palácio da Polícia contra a nossa adversária, que me ofendeu de forma muito dolorida ao me acusar de racista. Vou tomar todas as providências cabíveis e judiciais. A campanha é um espaço de diálogo, para discutir a melhoria da vida da cidade e das pessoas, mas não tem espaço para ferir biografias", reforçou. E nota oficial, lembrou ainda de sua trajetória humilde ao chegar à Capital e disse que "não é justo nem honesto dizer que sou preconceituoso".
A coligação de Melo destacou que repudia fake news e acionou a Justiça Eleitoral, pedindo a retirada da peça publicitária da propaganda eleitoral de Manuela. No entanto, o pedido foi negado pelo juiz eleitoral da 161ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Leandro Figueira Martins. Na decisão, o magistrado declara que "não estão evidenciados os requisitos que autorizam a concessão da tutela postulada".
Segundo ele, a propaganda "não contém, objetivamente, a existência de qualquer ponderação de natureza ofensiva à honra e à imagem do representante". Martins reconhece, no entanto, "um desconforto e um descontentamento" de Melo com relação às críticas representadas nas manifestações dos políticos que o apoiam, "envolvendo tema absolutamente sensível (discriminação racial)".
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