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Política

- Publicada em 05 de Agosto de 2020 às 11:19

Flávio Bolsonaro admite que Queiroz pagou contas por ele

Senador ainda disse que valores apontados pelo MP são um montante acumulado em anos

Senador ainda disse que valores apontados pelo MP são um montante acumulado em anos


Wilson Dias/Agência Brasil/JC
Agência Estado
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu que seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz fez pagamentos em dinheiro vivo em seu nome. De acordo com o senador, os valores investigados como "rachadinha" pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nada mais são do que pagamentos de contas suas, feitos por Queiroz, a mando dele e com dinheiro dele. Flávio negou qualquer ato ilícito. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu que seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz fez pagamentos em dinheiro vivo em seu nome. De acordo com o senador, os valores investigados como "rachadinha" pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nada mais são do que pagamentos de contas suas, feitos por Queiroz, a mando dele e com dinheiro dele. Flávio negou qualquer ato ilícito. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo.
O filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, foi questionado sobre o pagamento de despesas pessoais suas por Queiroz, como plano de saúde e mensalidades escolares das filhas.
"Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?", disse Flávio.
O senador afirmou ainda que valores apontados pelo Ministério Público - como os R$ 120 mil pagos em dinheiro vivo por Queiroz apenas para o plano de saúde de suas filhas - são um montante acumulado ao longo dos anos, com valor mensal irrisório. Flávio disse também que a origem do seu patrimônio é toda lícita.
Quanto aos repasses de parte do salário de outros funcionários de seu gabinete para Queiroz, o filho do presidente disse que o ex-assessor já prestou depoimento ao Ministério Público, apontando que o dinheiro era de funcionários da "equipe de rua" e que o valor era reinvestido na contratação de outras pessoas para trabalhar em redutos políticos. "Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez tenha sido um pouco relaxado de não olhar isso mais de perto, deixei muito a cargo dele. Mas é obvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria."
Queiroz foi preso no dia 18 de junho, em Atibaia (SP), na casa do então advogado do senador, Frederick Wassef. Na entrevista, Flávio voltou a negar que soubesse que o ex-assessor era abrigado por Wassef. Queiroz está em prisão domiciliar no Rio.

Boleto pago por PM

Questionado sobre o pagamento, pelo policial militar Diego Sodré de Castro Ambrósio, de um boleto de um apartamento comprado por sua mulher, Flávio disse que estava no churrasco de comemoração de sua eleição e não tinha o aplicativo do banco no celular. "Para eu não sair do evento e ir ao banco pagar, porque eu não tinha aplicativo no telefone, ele falou: 'Deixa que eu pago aqui para você e depois você me dá o dinheiro'. Foi o que aconteceu."
Em vídeo divulgado em dezembro, o senador havia falado do assunto, sem citar o churrasco: "Em uma única ocasião na minha vida, se eu não me engano, foi porque o banco já tinha fechado e eu não tinha o aplicativo no telefone na época. Pedi para ele pagar uma conta para mim, que era um boleto de uma parcela do apartamento que eu estava pagando. Ele pagou e depois eu reembolsei. Qual o problema nisso?"
Críticas à Lava Jato e defesa de Aras
Flávio também falou sobre a disputa recente entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os procuradores da Operação Lava Jato. O senador defendeu a postura de Aras no combate à corrupção e fez críticas à operação.
"Embora não ache que a Lava Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro", disse. "Pelo que acompanho, há suspeitas de que pessoas com foro por prerrogativa de função estavam sendo investigados por procuradores de 1ª instância, inclusive alterando os nomes dos investigados para não ficar claro que se tratava de um senador ou de um deputado".
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