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Política

- Publicada em 16 de Junho de 2020 às 15:41

Cientistas e médicos recomendam ao Congresso que eleições sejam adiadas

Grupo se reuniu com presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados nesta terça

Grupo se reuniu com presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados nesta terça


CLAITON DORNELLES /JC
Um grupo de médicos e cientistas discutiu na manhã desta terça (16) a necessidade de adiamento das eleições municipais por causa da crise do novo coronavírus. Eles se reuniram de forma virtual com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de outros parlamentares.
Um grupo de médicos e cientistas discutiu na manhã desta terça (16) a necessidade de adiamento das eleições municipais por causa da crise do novo coronavírus. Eles se reuniram de forma virtual com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de outros parlamentares.
O encontro foi organizado pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, que já havia conversado anteriormente com os profissionais. A opinião unânime de todos eles é a de que o pleito precisa ser adiado, de outubro para novembro ou até mesmo dezembro.
Segundo o físico Roberto Kraenkel, especialista em modelagem epidemiológica da Unesp e coordenador do observatório Covid-19, o adiamento permitirá que o país ganhe tempo e que talvez a situação da epidemia, até o fim do ano, esteja mais controlada. Ele frisa que isso "não é tampouco uma certeza", mas pode ocorrer.
"Os meses de junho e julho serão críticos para a situação epidêmica do Brasil", disse ele. "Estamos com medidas de isolamento ainda e existe um movimento pela reabertura [da economia] em muitos locais que ainda crescem", disse ele aos parlamentares.
Muitas das reaberturas seriam, portanto, temerárias. "Seria necessário substituir o isolamento por uma testagem em massa", seguiu ele, afirmando que ela não está ocorrendo.
"É possível haver um repique (de casos de Covid-19) até mesmo em agosto, se as reaberturas não forem bem sucedidas", disse Kraenkel. Daí a necessidade de adiamento das eleições. "Em agosto será preciso reavaliar a situação do país, para que possamos tomar pé dela", disse ele.
O físico alertou ainda que "todas as previsões, estimativas, tem que ser tomadas como probabilidades, e não como certezas".
O biólogo Átila Iamarino afirmou que há outros fatores que podem influir na curva epidêmica, como a sazonalidade. Ele disse que o novo coronavírus pode se comportar como outros vírus respiratórios, que se disseminam mais em determinadas estações do ano.
"Isso explicaria por que a região norte tem agora uma mudança brusca (com a queda do número de infectados pelo novo coronavírus)", seguiu ele.
O percentual de pessoas infectadas, estimado em 25%, não explicaria a queda já que estaria longe do necessário para a chamada imunidade de rebanho, que desacelerariam a velocidade de infecção. A questão ambiental pode ser uma explicação, inclusive da ascensão da curva de infecção na região sul do país.
Se a sazonalidade se confirmar como fator importante, a situação em todo o país poderá estar mais controlada no fim do ano, quando então se realizariam as eleições municipais.
Participaram da reunião também os infectologistas David Uip e Esper Kallás, o sanitarista Gonzalo Vecina Neto e os epidemiologistas Paulo Lotufo e Ana Ribeiro.
Uma PEC (proposta de emenda à Constituição) já foi apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) prevendo que as eleições pra prefeitos e vereadores, previstas para ocorrer no dia 4 de outubro, sejam adiadas para 6 de dezembro.
Na justificativa, ele pondera que não se sabe, até o momento, o tempo ainda necessário de afastamento "para minimamente controlar o pico de expansão do vírus" ou mesmo "a descoberta de um medicamento ou vacina que possa conter a doença", o que recomendaria o adiamento do pleito municipal.
Folhapress
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