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Política

- Publicada em 14 de Junho de 2020 às 21:00

Manifestantes protestam em Porto Alegre contra racismo e governo

Participantes caminharam do Parque da Redenção até o Largo Zumbis dos Palmares, usando máscaras por conta da pandemia de coronavírus

Participantes caminharam do Parque da Redenção até o Largo Zumbis dos Palmares, usando máscaras por conta da pandemia de coronavírus


Divulgação/Coletivo Alicerce/JC
Marcus Meneghetti
Pelo segundo domingo consecutivo, manifestantes saíram às ruas de Porto Alegre para protestar contra o racismo e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O grupo se reuniu no Parque da Redenção no início da tarde e marchou até o Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. Os participantes usavam máscaras de proteção e tentavam manter uma distância adequada entre cada indivíduo, por conta da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul.
Pelo segundo domingo consecutivo, manifestantes saíram às ruas de Porto Alegre para protestar contra o racismo e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O grupo se reuniu no Parque da Redenção no início da tarde e marchou até o Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. Os participantes usavam máscaras de proteção e tentavam manter uma distância adequada entre cada indivíduo, por conta da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul.
As manifestações na Capital gaúcha iniciaram depois que cidadão negro estado-unidense George Floyd foi assassinado por um policial em Minneapolis, nos Estados Unidos - desencadeando uma onda de protestos que se espalhou por vários estados daquele país. Algumas palavras de ordem dos manifestantes porto-alegrenses, assim como cartazes, faziam menção ao movimento na América do Norte.
Por exemplo, um cartaz traduzia o lema dos manifestantes norte-americanos: “vidas negras importam" (black lives metter). Também traduziam algumas palavras de ordem: “sem justiça, sem paz!” (no justice, no Peace).
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 Ativistas gritavam as mesmas palavras de ordem utilizadas nos protestos norte-americanos, desencadeados a partir do assassinato do cidadão negro George Floyd. Durante a caminhada, gritaram "sem justiça, sem paz", vidas negras importam", entre outras frases.  
Outra semelhança com as manifestações nos Estados Unidos eram as críticas à violência policial – que, conforme diversos estudos acadêmicos, vitimam mais negros e pardos do que brancos. Conforme a 13ª edição do Anuário da Violência, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 75,4% das pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras.
Segundo o Atlas da Violência, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 65.602 brasileiros foram assassinados em 2017. Desse total, 75,5% eram negros (46.217 homens e 3.288 mulheres). 
Enquanto eram acompanhados de perto por policiais da Brigada Militar, os manifestantes gritavam: “que hipocrisia, essa polícia mata negros todo o dia!”; e "não acabou? Tem que acabar. Eu quero o fim da polícia militar".
Mas, se por um lado havia semelhanças com os protestos dos Estados Unidos, também havia muitas diferenças. Enquanto os negros norte-americanos se manifestaram a partir do assassinato de Floyd, os manifestantes brasileiros lembraram a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco – negra assassinada há mais de dois anos por milicianos cariocas, conforme apontam as investigações da Polícia Federal. Vários manifestantes lembraram o nome de Marielle durante o ato.
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Além disso, alguns militantes lembraram que há diferenças entre a realidade brasileira e a norte-americana: os negros compõe a maior parte da sociedade brasileira (55% da população, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2017); nos Estados Unidos, os negros são minoria (12,3% da população conforme o censo do governo americano em 2017).
No final do protesto, os manifestantes ocuparam praticamente todo o Largo Zumbi dos Palmares. Lá, um microfone ligado a um amplificador foi disponibilizado para quem quisesse discursar. Entre as lideranças que se pronunciaram, estavam líderes comunitários, ativistas de movimentos sociais, representantes de religiões afro-brasileiras, pessoas sem nenhuma militância e outros.
Os relatos de racismo foram muitos. Em um deles, um homem narrou o episódio que o levou a participar do ato. “Estava indo ao supermercado com meus amigos. Fomos abordados pela polícia. Mandaram ficarmos em pé, de pernas abertas. Falaram que ,se nos encostássemos na parede ou se caíssemos, iríamos apanhar. Perguntei: ‘por que isso?’ E o policial respondeu: ‘cala a boca, senão vamos enxertar o bolso de vocês com droga. Vão para casa, não quero mais ver vocês na rua’. Naquele momento, fiquei com medo, pensando como provaria minha inocência se os policiais tivessem feito aquilo. Estou aqui, nesse ato, para que ninguém mais passe por isso”, relatou.
Além do combate ao racismo, os participantes criticaram o governo Bolsonaro.  "Fora Bolsonaro", foi um grito que se repetiu muitas vezes. 
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