Um dos motivos de maior tensão seria a presença de apoiadores de Bolsonaro no lado contrário do "ato pró-democracia", segundo a TV.
Os participantes da manifestação, que começou neste domingo, identificam-se como integrantes de torcidas organizadas como a Democracia Corinthiana e de outros clubes. Os grupos, muitos dos participantes usando máscaras de proteção dentro das medidas da pandemia de coronavírus, reagiram à ação de bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral lançadas pela PM.
Grupo pró-democracia se concentrou na região do Masp, antes de eclodir a ação da PM. Foto: GloboNews/Reprodução
A imagem da televisão mostra que a avenida se transformou em campo de guerra, com muita fumaça e estouro de bombas.
O comando da PM, em entrevista à GloboNews, justificou que a ação tentou impedir o confronto entre grupos pró e contra Bolsonaro. "Nos colocamos entre os grupos para evitar que se confrontassem. A Polícia vai agir para manter a ordem, não interessa o grupo. Os que quebrarem a ordem pública serão alvo da Polícia", disse o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo.
Segundo a agência Estado, a Polícia Militar informou que alguns manifestantes que participavam de ato contra o governo federal foram detidos com artefatos químicos, fogos de artifício e canivetes.
São Paulo tem restrições a aglomerações, pois lidera os casos de Covid-19 no Brasil, com mais de cem mil notificações e mais de 6 mil mortes. Mas o ato acaba burlando todas as orientações.
O fim de semana é marcado por mais protestos pelo Brasil. No início da madrugada deste domingo, um grupo de
pessoas mascaradas carregando tochas protestou em frente ao STF. Os manifestantes eram liderados por Sara Winter, investigada no inquérito contra fake news que tramita no Supremo. Ela é um dos líderes do chamado movimento "Os 300 do Brasil", grupo armado de extrema direita formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que acampam em Brasília.
Além do Brasil, fortes protestos ligados à questão racial sacodem os Estados Unidos. Nesse sábado (30), os
atos se disseminaram por 25 cidades, entre elas Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, com medidas como toque de recolher. A reação é em função da morte de George Floyd, negro que foi asfixiado por um policial até morrer em Mineápolis.