Alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal (PF). No Palácio Laranjeiras, sua residência oficial, ele chamou o presidente de fascista e disse que o senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso.
Ao afirmar que é inocente e que está indignado com a operação - que apreendeu, por exemplo, seus celulares -, Witzel disse que o País é governado por um presidente que, além de ignorar o perigo do coronavírus, inicia perseguição política contra aqueles que considera inimigos. "Não abaixarei minha cabeça, não desistirei do estado do Rio e continuarei trabalhando para uma democracia melhor, continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no País, contra essa ditadura de perseguição."
Numa atitude rara - relacionar sua eleição em 2018 com a de Bolsonaro -, afirmou ainda que o presidente pretende ser um ditador. "Não permitirei que esse presidente que ajudei a eleger se torne mais um ditador na América Latina."
Segundo Witzel, a PF engaveta inquéritos contrários ao presidente e age com celeridade em casos que investigam adversários políticos dele. Foi neste contexto que o governador alegou que Flávio Bolsonaro deveria estar preso.
"O senador Flávio, com todas as provas que já temos contra ele - dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis -, já deveria estar preso", disse. Witzel ainda acrescentou: "O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos".
O filho do presidente, Flávio Bolsonaro rebateu os ataques e afirmou que tem muita coisa para vir à tona contra o governante. O senador, que negou ter acesso a informações privilegiadas, disse que faz tempo que escuta sobre possíveis desvios no governo do estado.