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Política

- Publicada em 26 de Maio de 2020 às 15:30

Witzel acusa Bolsonaro de fascismo e diz que Flávio deveria estar preso

'O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos', disse

'O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos', disse


WILSON DIAS/ABR/JC
Agência Estado
Atualizada às 15h45min
Atualizada às 15h45min
Alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (26) o governador do Rio, Wilson Witzel, classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal. Em pronunciamento no Palácio Laranjeiras, sua residência oficial, ele chamou o presidente de fascista e disse que o senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso.
Ao afirmar que é inocente e que está indignado com a operação - que apreendeu, por exemplo, seus celulares -, Witzel disse que o País é governado por um presidente que, além de ignorar o perigo do coronavírus, inicia perseguição política contra aqueles que considera inimigos. "Não abaixarei minha cabeça, não desistirei do estado do Rio e continuarei trabalhando para uma democracia melhor, continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no País, contra essa ditadura de perseguição."
Numa atitude rara - relacionar sua eleição em 2018 com a de Bolsonaro -, afirmou ainda que o presidente pretende ser um ditador. "Não permitirei que esse presidente que ajudei a eleger se torne mais um ditador na América Latina."
Segundo Witzel, a PF engaveta inquéritos contrários ao presidente e age com celeridade em casos que investigam adversários políticos dele. Foi neste contexto que o governador alegou que Flávio Bolsonaro deveria estar preso.
"O senador Flávio, com todas as provas que já temos contra ele - dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis -, já deveria estar preso", disse. " A PF deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que faz aqui no Rio porque o presidente acredita que estou perseguindo a família dele. E ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente."
O governador fez um comentário que tem referência indireta ao ex-governador Sérgio Cabral, ao alegar que não foram encontrados dinheiro e joias no Palácio Laranjeiras, um dos locais alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos mandados em 12 endereços, que incluem ainda a casa pessoal do mandatário e o escritório da primeira-dama Helena Witzel.
Essas "narrativas fantasiosas, investigações precipitadas", apontou Witzel, serão desmentidas no Superior Tribunal de Justiça, que teria sido induzido ao erro quando autorizou os mandados. "O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos", disse.

Flávio Bolsonaro responde declarações

O filho do presidente, Flávio Bolsonaro, rebateu os ataques e afirmou que tem muita coisa para vir à tona contra o governante. O senador, que negou ter acesso a informações privilegiadas, disse que faz tempo que escuta sobre possíveis desvios feitos no governo do estado.
"Tem tanta coisa errada no seu governo e é por isso que me afastei desde o início", disse o senador durante transmissão ao vivo em seu perfil em uma rede social. "Isso não é nada perto do tsunami que pode chegar contra você. Pelo menos meia dúzia de secretarias vai ter problema."
O senador rebateu Witzel e negou que a operação tenha tido suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a investigação começou na Polícia Civil do Rio de Janeiro e que a Polícia Federal cumpriu decisão do Superior Tribunal de Justiça. "Você deveria pedir desculpas para a PF, para o ministro."
Flávio afirmou que o governador precisa "baixar sua bola" e cuidar da sua defesa pois terá muito o que explicar. "De repente quer dar uma de maluco para, em vez de ir para Bangu 8, ir para um hospital psiquiátrico".
O parlamentar disse ainda que se arrepende de "ter elegido" Witzel para o governo do estado ao se referir à autorização para que o então candidato usasse suas imagens durante a campanha eleitoral em 2018. "Jamais ia imaginar que ia ser mais um desses traidores."
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