Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 26 de Maio de 2020 às 03:00

Indicados pelo Centrão já ocuparam cargos em gestões da oposição

Fernando Marcondes de Araújo Leão tem um histórico recente de serviços prestados ao governo de Pernambuco, comandado pelo PSB, legenda de oposição à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido).

Fernando Marcondes de Araújo Leão tem um histórico recente de serviços prestados ao governo de Pernambuco, comandado pelo PSB, legenda de oposição à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido).

Ocupou cargo comissionado no Departamento de Estradas de Rodagem pernambucano, foi o número dois da Secretaria de Transportes do governador Paulo Câmara e, em 2019, foi nomeado para a chefia do Procon, vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.

Nas últimas semanas, porém, ele virou o símbolo da aproximação de Bolsonaro com o chamado centrão, composto de aproximadamente 200 dos 513 deputados e conhecido por ser um bloco adepto ao "toma lá, dá cá" - entrega de cargos em troca de apoio no Congresso.

Durante a campanha de 2018, o presidente e os seus aliados demonizaram o grupo de parlamentares, muitos deles investigados na Operação Lava Jato. No entanto, este ano o presidente passou a oferecer cargos a esses partidos em uma ofensiva para isolar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e formar uma base que lhe garanta vitórias no Congresso e impasse a abertura de um processo de impeachment -hoje há 36 pedidos parados na Câmara.

O histórico dos que têm ocupado esses postos sob Bolsonaro é eclético e inclui trabalhos prestados até à administração do PT no governo federal. No início de maio, Fernando Leão foi nomeado como diretor de um órgão federal, o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), sob a tutela de integrantes do centrão.

Além de ter uma atuação no semiárido nordestino, o Dnocs tem uma verba prevista para esse ano de R$ 1 bilhão e um baixo controle sobre eventuais desvios e fraudes, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União).

Filiado ao Avante (antigo PT do B) desde março, Leão foi apadrinhado por deputados como Arthur Lira (PP-AL) e Sebastião Oliveira (PL-PE), que comanda extraoficialmente o Avante em Pernambuco.

Assim como o novo diretor-geral do Dnocs, outros apadrinhados pelo centrão que ingressaram no governo federal no último mês também têm a característica de sempre ocuparem cargos sob a tutela de partidos ou de padrinhos políticos. Nos cargos loteados no governo Bolsonaro, os indicados têm acesso à estrutura e a recursos do governo federal.

Duas mudanças importantes foram feitas no setor de transportes. Nomeado em março como chefe da STU (Superintendência de Transportes Urbanos) do Recife, órgão que faz parte da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), o advogado Tiago Pontes Queiroz deixou o posto e foi promovido à Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional.

Ele havia ocupado um posto na CBTU Recife durante o governo da petista Dilma Rousseff. Segundo a companhia, Queiroz foi Gerente Regional I de Administração e Finanças em 2015 e 2016. Antes do governo Bolsonaro, Queiroz trabalhou no Ministério da Saúde do governo de Michel Temer (MDB), a época sob o comando de Ricardo Barros.

Deputado federal pelo PP do Paraná, Barros tem se aproximado de Bolsonaro no discurso em defesa do uso da cloroquina em pacientes com Covid-19. Com a benção do PP, Queiroz largou o comando de um órgão com orçamento previsto de R$ 1,1 bilhão para 2020 e assumirá um que tem verba autorizada de R$ 17,2 bilhões.

No lugar de Queiroz, também foi nomeado para a STU um indicado pelo centrão: Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho. Ele é ex-secretário de Habitação do Recife (em gestão de Geraldo Júlio, do PSB) e de Saúde de Jaboatão dos Guararapes (PE), gerida pelo prefeito Anderson Ferreira (PL).

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO