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Política

- Publicada em 14 de Abril de 2020 às 20:28

Mandetta admite erro em confronto com Bolsonaro

Luiz Henrique Mandetta está com o cargo novamente ameaçado

Luiz Henrique Mandetta está com o cargo novamente ameaçado


/ANDERSON RIEDEL/PR/JC
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou a interlocutores que cometeu um erro ao dar a entrevista ao Fantástico no último domingo, com uma série de críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e reconheceu que, diante disso, seu cargo está novamente ameaçado.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou a interlocutores que cometeu um erro ao dar a entrevista ao Fantástico no último domingo, com uma série de críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e reconheceu que, diante disso, seu cargo está novamente ameaçado.

Depois de escapar, na semana passada, de uma demissão que muitos consideravam certa, o ministro foi avisado que sua saída do governo federal voltou a ser uma possibilidade nos próximos dias.

Segundo interlocutores no Palácio do Planalto, Bolsonaro considerou, nesta segunda-feira, que, diferentemente da semana passada, quando os militares entraram em campo para garantir a permanência de Mandetta na equipe, houve, agora, menor movimentação em defesa do ministro.

Além da visível perda de sustentação entre os militares, que consideraram o tom da entrevista um ato de insubordinação, Bolsonaro levou em conta que até mesmo alguns líderes do Congresso criticaram o tom adotado na entrevista do ministro.

A falta de fortes mobilizações nas redes sociais em defesa do titular da Saúde também foi lida pelo presidente como uma brecha para efetuar a demissão.

Auxiliares afirmam, no entanto, que ainda não é possível saber se o presidente bancará o desgaste de dispensar Mandetta da Esplanada. Alguns assessores o aconselharam a atravessar a pandemia com o ministro, para evitar o desgaste da demissão caso o sistema de saúde brasileiro entre em colapso.

Na entrevista à TV Globo, no domingo, Mandetta disse que a população não sabe se deve seguir as recomendações do Ministério da Saúde (favorável ao isolamento social) ou de Bolsonaro (crítico de medidas como o fechamento de comércios, por exemplo).

O titular da Saúde também criticou quem rompe as regras de distanciamento para ir à padaria, em uma crítica a Bolsonaro - o presidente foi, na semana passada, a um estabelecimento do tipo em Brasília e consumiu alimentos no balcão.

Justamente essa insistência em bater de frente com Bolsonaro custou a Mandetta o apoio da ala militar no Palácio do Planalto.

A avaliação foi a de que o ministro desprezou o esforço do núcleo militar para que ele fosse mantido no cargo e está preocupado apenas com a sua imagem pública, em uma tentativa de se candidatar a governador de Mato Grosso do Sul em 2022 - Mandetta tem dado seguidos sinais de enfrentamento ao presidente, desde a ameaça de sua demissão na semana passada, sendo a entrevista o último deles.

O descontentamento do grupo fardado ficou evidente nesta terça-feira com uma declaração do vice-presidente, general Hamilton Mourão. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Mourão afirmou que o ministro da Saúde cometeu uma falta grave na fala à TV Globo.

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