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Política

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2020 às 15:31

Após Heleno falar em 'chantagem' do Congresso, Guedes diz que 'empurra-empurra é normal'

Guedes disse que os parlamentares estão convidados a participar, mas fazendo "acordos republicanos"

Guedes disse que os parlamentares estão convidados a participar, mas fazendo "acordos republicanos"


WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL/JC
Após o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmar que o Congresso faz "chantagens" em torno da discussão sobre o Orçamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que o "empurra-empurra" entre Executivo e Legislativo é normal. Guedes defendeu "acordos republicanos" e disse que a "disputa" é uma oportunidade de discutir a organização das despesas.
Após o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmar que o Congresso faz "chantagens" em torno da discussão sobre o Orçamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que o "empurra-empurra" entre Executivo e Legislativo é normal. Guedes defendeu "acordos republicanos" e disse que a "disputa" é uma oportunidade de discutir a organização das despesas.
"Isso é absolutamente natural. Se um lado quiser levar muito, o outro lado reage. Se levar menos um pouco, tudo bem, funciona. Então o que nós estamos vendo é uma fricção desse tipo. Pode haver um exagero de um lado ou outro, todo mundo fica nervoso. É natural isso. Às vezes fica nervoso o Congresso achando que nós estamos pressionando, às vezes fica nervoso o nosso time, do lado de cá, porque fala: 'peraí, nós estamos em um presidencialismo, não estamos em um parlamentarismo branco'."
"Então, esse esse empurra-empurra é normal. É pelada, um chuta a canela do outro, o jogo segue", disse o ministro, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Guedes voltou a defender a desvinculação de despesas e disse que, com isso, o governo federal e o Congresso poderiam discutir juntos a destinação dos recursos: "A classe política está convidada e está exercendo agora, estamos conversando, está rodando lá dentro do Senado, o pacto federativo, que é justamente um convite à classe política a assumir os orçamentos públicos. Porque hoje o Brasil é gerido por um software, tem um dinheirinho carimbado, girando, 97% tá lá. Essa disputa e essa ferocidade toda que nós observamos, é em torno de 3% ou 4% do orçamento, porque o resto é carimbado. Então, façamos as reformas, aí temos 100% do orçamento para discutir e construir juntos, Congresso, Presidência, executivo, vamos construir juntos o futuro do Brasil discutindo o mérito das despesas", disse.
O ministro disse que os parlamentares estão convidados a participar do governo, mas fazendo "acordos republicanos":
"É normal que o Congresso queira entrar no orçamento, mas, pera aí, não precisa pisar no nosso pé. Tem um orçamento de R$ 1,5 trilhão, por que vamos brigar por causa de R$ 10 bi, R$ 15 bi ou R$ 20 bi? Tem R$ 1,5 trilhão, basta descarimbar, vamos fazer o pacto federativo. Vamos descentralizar."
Aprovemos as reformas. Por outro lado, é natural também que a classe política diga que o seguinte: "como não houve loteamento de ministério, como foram escolhas técnicas, como é que eu entro nisso aí?". Uma aliança política, de conservadores e liberais, e o senhores sintam-se convidados a fazerem acordos republicanos em torno da distribuição orçamentária.
Nos últimos dias, as declarações de Heleno sobre "chantagens" elevaram a tensão entre Executivo e Legislativo. O pano de fundo da discussão é a articulação de parlamentares para derrubar vetos do presidente Jair Bolsonaro ao orçamento impositivo, que dá mais poder aos parlamentares. O governo tenta chegar a um acordo para impedir a derrubada de todos os vetos. Caso isso ocorra, o Congresso terá o controle de R$ 30 bilhões.
Em uma reunião, Heleno afirmou a Bolsonaro que o ele deveria "convocar o povo às ruas" para impedir a ação dos parlamentares. Bolsonaro, porém, pediu cautela e aconselhou a articulação política a costurar um novo acordo com o Legislativo. As declarações de Heleno foram criticadas pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Agência O Globo
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