O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu na manhã desta quarta-feira à sugestão feita pelo ministro Augusto Heleno ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de enfrentar o que chamou de chantagem do Congresso em relação aos vetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que ainda precisam ser analisadas pelos parlamentares. Ao chegar à Câmara, Maia afirmou que a postura do ministro é "triste" e que ele se comporta como um adolescente ao agredir o Parlamento.
Mais tarde, foi a vez do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticar a declaração captada por uma transmissão ao vivo nas redes sociais de Bolsonaro. "Nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento. O momento mais do que nunca é de defesa da democracia, independência e harmonia dos Poderes."
Na reunião ministerial com Bolsonaro nesta terça-feira, Heleno chegou a bater na mesa afirmando que Bolsonaro precisava "convocar o povo às ruas" e não ceder "às chantagens" do Congresso. Bolsonaro, porém, pediu cautela e aconselhou a articulação política a costurar novo acordo.
Maia comentou que, "geralmente, na vida, quando a gente vai ficando mais velho, a gente vai ganhando equilíbrio, experiência e paciência. O ministro, pelo jeito, está ficando mais velho e está falando como um jovem, um estudante no auge da sua juventude. É uma pena que tenha se transformado num radical ideológico contra a democracia, contra o Parlamento. Muito triste. Não vi por parte dele nenhum tipo de ataque quando a gente estava votando o aumento do salário dele como militar da reserva", disse Maia.