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Política

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2020 às 03:00

Para Heleno, Bolsonaro é alvo de 'parlamentarismo branco'

General Augusto Heleno reclamou de pressão dos congressistas

General Augusto Heleno reclamou de pressão dos congressistas


/Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
A dificuldade em chegar a um acordo sobre a divisão do dinheiro dentro do chamado Orçamento Impositivo elevou a temperatura entre Palácio do Planalto e Congresso nesta terça-feira.

A dificuldade em chegar a um acordo sobre a divisão do dinheiro dentro do chamado Orçamento Impositivo elevou a temperatura entre Palácio do Planalto e Congresso nesta terça-feira.

Pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegaram a chamar de "golpe do parlamentarismo branco" a insistência dos congressistas em ficar com a gestão de R$ 30 bilhões do total de R$ 80 bilhões do Orçamento que, pelas projeções, está livre para ser gasto em 2020.

O governo ficaria sem controle de quase metade dos recursos disponíveis e também do cronograma de gastos dessa fatia. Ao perder a gestão dessa parcela expressiva do Orçamento, haveria brecha para dois problemas: ser pressionado pelo Congresso a gastar quando não pode ou ser obrigado a negociar a liberação do dinheiro, o que politicamente deixaria o governo Bolsonaro ainda mais frágil diante do Legislativo.

Está sendo rascunhada uma nova divisão em que o Congresso ficaria com algo entre R$ 19 bilhões e R$ 15 bilhões para cobrir emendas dos parlamentares.

Também esteve na pauta a necessidade de o governo enviar a reforma administrativa e de o Congresso agilizar a tramitação de suas propostas de reforma tributária.

Da parte do governo, os imbróglios foram temas de um encontro no final da tarde desta terça-feira. Entre os presentes estavam Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o general Augusto Heleno, da Segurança Institucional, e Luiz Carlos Ramos, da Secretaria de Governo. O mais nervoso com a situação era o general Heleno, que considera inadmissível o que qualifica de chantagens do Legislativo para avançar sobre o dinheiro do Executivo: "não podemos aceitar esses caras chantageando a gente. Foda-se." Heleno defendeu que o presidente deixasse claro à população que está sofrendo uma pressão e "não pode ficar acuado". A fala de Heleno foi captada em transmissão ao vivo da Presidência da República em cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio do Planalto na manhã de terça-feira. 

À noite, uma reunião com representantes dos dois Poderes, na residência oficial do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tentou alinhar um acordo para a solução das pendências. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, Ramos e Guedes estavam entre os presentes. Heleno não compareceu. Definições, porém, ficaram para depois do Carnaval.

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