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Repórter Brasília

- Publicada em 13 de Janeiro de 2020 às 03:00

Bolsonaro imita Getúlio


/Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
Nasce um caudilho? Esta era a pergunta que se fazia em Brasília nos corredores semidesérticos do Congresso Nacional, pelos raros parlamentares que se encontravam na Capital, ao saberem que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vai botar o pé na estrada e captar nas ruas, pessoalmente, as 300 mil assinaturas que faltam para completar o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de seu partido Aliança pelo Brasil até a data fatídica de 15 de março. Com isso, ele inscreve-se na história do Brasil ao lado de Getúlio Vargas, um presidente que também criou um partido para ele próprio enquanto era presidente, o PTB.
Nasce um caudilho? Esta era a pergunta que se fazia em Brasília nos corredores semidesérticos do Congresso Nacional, pelos raros parlamentares que se encontravam na Capital, ao saberem que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vai botar o pé na estrada e captar nas ruas, pessoalmente, as 300 mil assinaturas que faltam para completar o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de seu partido Aliança pelo Brasil até a data fatídica de 15 de março. Com isso, ele inscreve-se na história do Brasil ao lado de Getúlio Vargas, um presidente que também criou um partido para ele próprio enquanto era presidente, o PTB.
Chama de caudilhismo
Não é usual no mundo dos presidentes, eleitos ou não, criarem eles próprios partidos políticos. Quando isso acontece, estabelece-se o que se chama de caudilhismo, um formato de liderança política muito própria da América do Sul hispânica, mas que teve, no Brasil, o exemplo de Getúlio Vargas, que chefiou pessoalmente a criação e o desenvolvimento do Partido Trabalhista Brasileiro, cujos remanescentes e herdeiros, hoje, dispersam-se por todo o espectro político da esquerda não ortodoxa à direita tradicional.
Trilha de Vargas
Bolsonaro vai seguir a mesma trilha de Vargas, ou seja, seu partido sai do nada, sem fusões nem aquisições de legendas falidas, aglutinando seus adeptos em torno de sua pessoa e de suas ideias. Getúlio criou o PTB a partir de bases sindicais e de seguidores ideológicos fiéis, sem ligação com estruturas anteriores. Seu sistema de apoio convencional ele abrigou no antigo Partido Social Democrático, o PSD, essa sim uma agremiação que recebeu todos seus chefes e chefetes, que se converteu no principal partido da República de 1945 (também chamada de Segunda República).
Potência em 20 anos
O trabalhismo, por sua vez, nasceu nanico, foi crescendo até se tornar, em 1964, a segunda maior bancada no Congresso, com deputados estaduais, prefeitos e vereadores em todos os estados, e governadores em várias unidades da federação. Uma potência em 20 anos de vida na democracia, talvez mais do que a fulminante carreira do PT, criado em São Paulo nos anos 1980 e que chegou ao poder 20 anos depois. O Aliança, como o PTB de 1944, nasce no gabinete presidencial. Seu chefe seria o caudilho, na definição dos cientistas políticos e dicionaristas.
Arregaçar as mangas
Bolsonaro vai participar dos mutirões de militantes arregimentados nas bases que lhe deram a votação de primeiro turno. Diferentemente de Getúlio, que criou seu PTB detrás de um birô no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, o presidente vai arregaçar mangas e participar de comícios-monstros em, pelo menos, nove capitais. Além disso, entra no processo desafiando seus adversários, por dar ênfase à filiação de correligionários no Nordeste, justamente nos lugares onde teve pior desempenho eleitoral nas últimas eleições de 2018. É seu estilo.
Revisão da imagem
Vencida a batalha, estando o Aliança nas eleições municipais, será uma epopeia política com força para provocar uma revisão da imagem e do papel do presidente no quadro político. É o que comentam seus lugares-tenentes, muito animados com a decisão do chefe de entrar de peito aberto. Nesta segunda-feira, devem ser dados os primeiros passos, com a criação de um calendário de eventos.
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